Prosimetron

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domingo, 31 de julho de 2011

Amato Lusitano


A vinheta que o Prosimetron apresenta, neste fim do mês de Julho, é a mais antiga figuração do médico João Rodrigues, nascido em 1511, ou em 1510, em Castelo Branco, que ficou conhecido como Amato Lusitano (um aportuguesamento do pseudónimo latino Amatus Lusitanus, dado que deveria ter sido antes  "Amado Lusitano").
Passam, portanto, este ano, ou passaram no ano passado, 500 anos sobre o seu nascimento. A dúvida pode-se colocar, dado que a data é uma reconstituição histórica sobre o que escreveu no fim do livro, em que regista a sua quarta centena de curas; diz que tinha 42 anos, em 16 de Agosto de 1553 (Anconae, 17 cal. Septembris, millesimi quingentesimi quinquagesimitertti quo tempore [...] & aetatis authoris anno quadragesimosecundo). Como se desconhece o mês e o dia do seu nascimento, tem a comunidade aceite a data de 1511. Mas basta que o seu nascimento tenha ocorrido entre essa data e o fim do ano, para ter nascido no ano de 1510.  

A sua origem é o frontispício gravado por Conrad Meyer (1618-1689), assinado “Con: Meÿer fecit. Tiguri”, que precede o tomo I, da obra de Johann Bauchin e de Johann Henrich Cherler, Historia plantarum uniuersalis noua, et absolutissima cum consensu et dissensu circa eas. [...], publicada em  Ebroduni [= Yverdon], [s. n.], em 1650.  

Lisboa, BNP, S.A. 1872 A

 Amato Lusitano acompanha  Melchior Wieland (Guilandinus) e Pietro Andrea Mattioli (Matthiolus), com a legenda “Dissentimus”, isto é, os que discordaram entre si.
Aparentemente poderia surgir a dúvida, se Amato seria o último ou o primeiro dos representados. A ordem da inscrição do nome poderia sugerir ser o último. Mas se forem observadas outras representações de Guilandinus e de Matthiolus chega-se (por exclusão) a Amato Lusitano. O mesmo perfil serviu de esboço para se abrir uma gravura, com o seu nome, no mundo germânico do século XVIII.

Encontra-se patente, em Lisboa, na Biblioteca Nacional de Portugal, uma Exposição evocativa da sua obra impressa nos séculos XVI e XVII.

2 comentários:

MR disse...

Uma vinheta inusual neste blogue.
Um post 'deverasmente' interessante.

ana disse...

História muito interessante a desta vinheta e uma exposição a visitar.
Boas férias!