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domingo, 21 de outubro de 2012

A nossa vinheta - Alfred Nobel

Alfred Nobel, pintura de Sijoy Thomas 
A nossa vinheta é dedicada a Alfred Nobel que nasceu a 21 de outubro de 1833.

A herança que deixou é louvável e quer os prémios atribuídos sejam, ou não sejam, políticos foram concebidos segundo o seu desejo para a melhoria do bem comum.

If I have a thousand ideas and only one turns out to be good, I am satisfied.
Alfred Nobel.

E porque uma coisa leva a outra aqui fica uma reflexão.
O tempo de austeridade que vivemos não contempla mentes brilhantes que trabalham em investigação e que vivem de financiamento para os seus projetos.

As últimas notícias são preocupantes.
Jovens cuja idade ronda entre os 35 e os 45 (e mais) anos correm o risco de ficar desempregados.

"A perda que vamos ter com a fuga de recursos humanos altamente qualificados para outros países essa, provavelmente, não vai ser recuperável e é, a longo prazo, a que me preocupa mais", declarou o vice-presidente do Instituto Superior Técnico Professor Doutor Alindo Oliveira.
«Segundo o responsável, este orçamento vai ainda aumentar a dificuldade do financiamento dos projectos do IST».(18/10/11)
Um problema que se agudiza em 2012. Ver aqui*


  No Público do dia 15 de Outubro saía a seguinte informação: o Governo 

«excepciona, no entanto, os docentes e investigadores que sejam contratadospor tempo determinado ou determinável para a execução de programas, projectos e prestações de serviço, no âmbito das missões e atribuições das instituições do ensino superior públicas, cujos encargos onerem, exclusivamente, receitas transferidas da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), ou receitas próprias provenientes daqueles programa, projectos e prestações de serviço. (...)

A proposta de lei do OE/2013 determina ainda que, durante o próximo ano, a FCT poderá financiar até ao limite máximo de 400 novas contratações de doutorados para o exercício de funções de investigação científica e de desenvolvimento tecnológico avançado em instituições, públicas e privadas, do Sistema Científico Tecnológico Nacional, num montante total de 8,9 milhões de euros.» 


15.10.2012 - 20:00 Por João d´Espiney

400 contratações para todo o país e respetivas instituições. contando com o critério de Excelência e Muito Bom para a seleção pergunto:
. O que farão os investigadores, promotores de desenvolvimento, que têm cerca de 40 e mais anos e que ultrapassam as 400 vagas estipuladas?
Será que a solução se reduz ao vai-te embora, ou ao ficas no desemprego?


*Acrescentado às 21:54 h

3 comentários:

Cláudia Ribeiro disse...

Ana, eu diria que os tempos de austeridade que vivemos, apenas contemplam os bolsos e os interesses de alguns.
As grandes mentes não são por cá valorizadas. Pois estas podem trazer benefícios ao país, mas não lhes traz a eles!!...
Um beijinho.:))

ana disse...

Cláudia,
Tenho amigos que estão nesta situação, ou a terminar o contrato ou têm mais um ano definido. Sabe o que é ter 45, 48 anos, estar quase a fazer 50 anos e a vida ser um sobressalto constante?
Pessoas que produzem que acabaram os seus cursos e deram anos da sua juventude para o país que agora lhes vira as costas.
Eventualmente até poderão continuar a sua investigação mas é sempre uma incógnita.
A ciência não se compadece com horários e o que diz Alfred Nobel - uma ideia pode fazer a diferença e ser o salto para outras novas ideias - não pode estar sujeita ao economicismo.
Fazer ciência é algo que carece de tempo e não pode olhar aos meios ou ao lucro imediato.
O IST está com dificuldades económicas, como poderão fazer ciência se têm que olhar ao dinheiro?
Poderia dizer muito mais mas fico por aqui.
O meu país está a entristecer-me.
Beijinhos

ana disse...

Obrigada Cláudia pelo comentário. :)