sábado, 20 de maio de 2017
De uma entrevista de Pérez-Reverte - 4
Reuters
«[...] convém ter presente uma coisa: não há nada para inventar ou descobrir. O novo é apenas aquilo que já foi esquecido. Nós, os homens modernos, somos tão estúpidos que acreditamos que fazemos coisas novas, mas não. Tudo já foi dito. Quando um escritor lê o teatro de Sófocles, de Eurípedes, de Aristófanes, está tudo ali. O adultério, o enigma, a viagem. Tudo. O que acontece é que, nos distintos momentos da humanidade, os artistas tomam para si os temas eternos e vão-lhes dando uma forma adequada aos eu momento histórico. E assim renovam esses grandes temas. os génios, de uma forma genial. Os medíocres, de forma medíocre. mas os temas essenciais estão sempre aí.»
Arturo Pérez-Reverte, em entrevista ao Expresso, 1 out. 2016
(Estava no monte à espera de ser lida.)
Uma sopa vietnamita
Fui experimentar, com amigos, uma sopa vietnamita no restaurante Pho-Pu, na rua do Benformoso. A sopa é ótima.
Os raviolis também estavam bons.
O mesmo não posso dizer dos crepes. Não eram grande coisa e já estavam a mais.
Um restaurante a repetir.
Parece-me que foi a Sandra que falou de ter comido uma sopa vietnamita.
Marcadores de livros - 714
Newmarket: Brimax, 1997
Um livro para os miúdos entre os 3 e os 6 anos aprenderem a fazer um marcador. Já vi e é muito fácil.
sexta-feira, 19 de maio de 2017
Marcadores de livros - 713
Em baixo: pormenor de um mármore policromo, século XVIII. Capela de Nossa Senhora da Doutrina, Igreja de São Roque.
Tesoros de la Hispanic Society of America. Visiones del mundo hispánico
O Museu do Prado acolhe até 10 de setembro, os tesouros do museu e da biblioteca da Hispanic Society, uma instituição centenária nova-iorquina, que foi inaugurada em 1904, pelo empenho pessoal de Archer Milton Huntington (1870-1955). Este colecionador e hispanista americano criou um espaço que, através de uma biblioteca e de uma coleção de arte, fomentasse a análise rigorosa da cultura espanhola e o estudo da literatura e da arte em Espanha, Portugal e América Latina. Tesoros de la Hispanic Society of America. Visiones del mundo hispánico propõe, através de mais de 200 obras que incluem pinturas, desenhos, esculturas. peças arqueológicas, artes decorativas, textêis e mobiliário, bem como manuscritos e documentos de su biblioteca - o mais representativo das coleções da Hispanic Society.
Lá fora - 310
Há 40 anos que não se fazia uma retrospectiva dos irmãos Le Nain, tão importantes no séc.XVII francês quanto misteriosos. Das 75 obras que são conhecidas deles, 60 estão agora patentes no Louvre-Lens, incluindo uma que foi recentemente encontrada ainda nas mãos dos descendentes dos pintores. Tudo isto em 1700m2 , o que seria impensável no Louvre de Paris ...
Le Mystère Le Nain, até 26 de Junho, no Musée du Louvre-Lens . Mais info : louvrelens.fr
quinta-feira, 18 de maio de 2017
Boa noite!
Poucos meses antes da II Guerra Mundial, uma família separa-se em Lourenço Marques: Maria vai para Timor, os irmãos João e José (depois conhecido por Zeca Afonso) vão para Coimbra, para continuarem os estudos. Com o alastrar do conflito ao Pacífico e a invasão de Timor pelo Japão, as comunicações cessam e os três anos no campo de concentração fazem temer o pior. Em Rosas de Ermera, partindo das memórias dos irmãos sobreviventes, Maria e João, e das músicas de Zeca, Luís Filipe Rocha (um dos realizadores portugueses da minha predileção) conta uma aventura familiar numa época funesta da história de Portugal.
Um belíssimo filme-documentário que passou no Indie Lisboa.
O pai de José Afonso recitava muitas vezes este poema de Camões.
O chá das cinco - 103
A Confeitaria Colombo, do Rio de Janeiro, fundada em 1894, promove esta tarde um chá da tarde para homenagear a escritora inglesa Jane Austen, no bicentenário da sua morte. Este chá compor-se-á de um buffet com comidas de época, para além de um momento musical, com (entre outros) o duo The Biedermeiers, que apresenta música clássica tocada em instrumentos históricos.
Entr’acto modernista: o teatro e a dança na obra de António Soares
Cartaz para o Teatro Apolo, 1914
«Sou modernista!», afirmo António Soares em 1914 ao recusar expor no I Salão dos Humoristas. Juntou-se a esse grupo no II Salão mas manteve-se modernista convicto e ativo pelo menos até aos anos 1930. Foi precisamente entre essas datas que produziu grande parte das suas obras para palco. António Soares foi um dos mais destacados artistas plásticos a protagonizar a transformação da cenografia nos palcos portugueses.
A exposição Entr’acto modernista: o teatro e a dança na obra de António Soares apresenta 158 obras das mais importantes que António Soares realizou para teatro e para dança: maquetas de cenário, figurinos, retratos, cartazes e desenhos.
A exposição pode ser vista até 31 de dezembro no Museu Nacional do Teatro e da Dança.
António Soares - Mulher e irmã do autor, 1933
A mulher do pintor, Maria Germana, foi bailarina.
António Soares - Lea Niako, 1928
À esq., cartaz para a peça Flor da Rua, Teatro Avenida, 1913.
No Dia Internacional dos Museus.
Marcadores de livros - 712
O Clube do Autor lançou uma coleção com «Os livros da minha vida». Uma coleção que, em princípio, reunirá clássicos: «um clássico é um livro que nunca acaba de dizer o que tem para dizer.» (Italo Calvino).
Para já oito pessoas escolheram oito obras: José Luís Peixoto, O cântico de Natal, de Dickens; Alice Vieira, Olhai os líricos do campo; Margarida Rebelo Pinto, Noites brancas, de Dostoiévski; José Eduardo Agualusa, Os Maias; Teresa Gouveia, Mrs. Dalloway; Francisco Pinto Balsemão, O grande Gatsby; Miguel Sousa Tavares, A Ilha do Tesouro; e Marçal Grilo, O corsário negro.
Tudo livros de que gosto, mas não escolheria para esta lista as obras de Dickens, Virginia Woolf e Scott Fitzgerald.
Adoro este filme. E il divo! :)
quarta-feira, 17 de maio de 2017
¿Qué es una biblioteca para ti?
A Biblioteca Nacional de España tem patente uma exposição na qual 20 humoristas gráficos de diferentes diários de âmbito nacional dão a sua visão do que é para eles uma biblioteca: um olhar, profundo, reflexivo e cheio de humor.
Os vinte quadros podem ser vistos até dia 28 de maio, numa das salas do Museu da BNE.
terça-feira, 16 de maio de 2017
Boa noite!
Domingo estreei-me no último dia do Indie Lisboa (deste ano) com dois filmes-documentários. O último, que encerrou o festival, foi este I am not your negro, dirigido e escrito por Raoul Peck, baseado num manuscrito inacabado de James Baldwin, Remember this House, sobre as relações étnicas durante a luta dos direitos civis nos Estados Unidos, tendo como principais ícones três amigos de Baldwin, assassinados: Medgar Evers, Malcolm X e Martin Luther King.
Um filme inteligentíssimo, pelas palavras de Baldwin.
A bullet from the back of a bush
Took Medgar Evers’blood
A finger fired the trigger to his name
A handle hid out in the dark [...].
Bob Dylan
Não há nada de James Baldwin traduzido em português (pelo menos eu não encontrei). Seria uma boa altura para o fazer.
Auto-retrato(s) - 252
Se há artista que faz do auto-retrato obra é o escultor alemão Stephan Balkenhol, que pode ser visto vestido ou despido, triste ou alegre, de corpo inteiro ou não .
Citações : Ainda Fátima
(...) muitos outros fenómenos semelhantes, desde a Senhora da Rocha, aqui em Carnaxide, junto a Lisboa, à Senhora da Lapa, na Beira Alta, e a tantas outras Senhoras, existem sem que nenhum deles se tornasse o que é hoje Fátima em Portugal e no mundo. E a resposta a este - porquê Fátima ? - é que é difícil.
Não fui tocado pela graça da fé em Nossa Senhora de Fátima. Mas vejo e sinto, e quase as invejo, que milhões de pessoas em todo o mundo foram. E vão estrada fora, confiantes,sinceramente confiantes de que esse sacrifício, essa peregrinação lhes traz vida, amor, saúde, bem-estar. Olhá-los como labregos enganados ou farsantes que apenas querem mercadejar é tão pouco que me parece indigno.
Se mais nada existisse senão em 100 anos fazer daquele pedaço de nada o que é hoje o Santuário de Fátima, já seria um grande milagre. Se apenas fosse um negócio, já muitos certamente o teriam copiado.
- Henrique Monteiro, no Expresso do passado Sábado.
Biografias e afins
Lançada este mês a luxuosa monografia da Taschen dedicada a Gustav Klimt : todas as obras mais importantes, alguns documentos raros provenientes dos arquivos pessoais do pintor e ensaios sobre o conjunto da obra , nesta obra de 600 páginas .
Um quadro por dia - 363
Já voltou ao seu lugar na sala 34 da National Gallery, em Londres, o belo The Morning Walk que Gainsborough pintou em 1785, depois de um rápido restauro de 10 dias após a criminosa agressão perpetrada por Keith Gregory, de 63 anos, já acusado criminalmente.
O restauro não é visível a olho nu, só com luz ultravioleta se notam as respectivas marcas.
Uma praga estes ressentidos de todo o género que se vingam nos museus e galerias ...
Marcadores de livros - 710
Um bloco com doze marcadores Poupées du monde, da autoria de Corinne Demuynck. Eu só tenho este, mas da mesma coleção e da mesma autora há blocos dedicados a bonecas Kokeshis e a Matrioskas.
Caixa do correio - 85
Le Gazetier cuirassé, 1772
A 2.ª ed., de que foi retirada esta gravura, é de 1772:
https://archive.org/details/legazetiercuira00morgoog
O postal veio de Besançon, onde as bibliotecas fazem uma campanha: Uma hora / um livro: Conheça um livro antigo.
segunda-feira, 15 de maio de 2017
Bonnard / Vuillard: La collection Zeïneb & Jean-Pierre Marcie-Rivière
Para celebrar os 150 anos do nascimento de Pierre Bonnard, o musée Bonnard (Le Cannet, Côte d'Azur) apresenta uma exposição que já esteve no Musée d'Orsay e que pode ser vista até 17 de setembro.
Bonnard e Vuillard partilham o gosto e a curiosidade pelo seu ofício, pelas descobertas, a liberdade e a independência, e também os amigos, as exposições e a literatura. A sua correspondência entre 1891 e 1940 (ano da morte de Vuillard), testemunham essa «amizade fraternal».
Encontraram-se na École nationale supérieure des Beaux-arts de Paris. Depois, como Denis, Ranson, Roussel, Ibels ou Piot, seguem cursos livres na Académie Julian. Todos são apaixonados pelas novidades, pela literatura simbolista, pelo teatro e pela música wagneriana. Uma amizade que durou toda a vida.
A correspondência entre estes dois pintores está publicada:
Paris: Gallimard, 2001
«Si je vous écrivais chaque fois que je pense à vous, à notre passé, à la peinture, etc., vous auriez une bibliothèque à compulser.»
Última carta de Vuillard a Bonnard, 4 maio 1940
domingo, 14 de maio de 2017
Centenário das Aparições de Fátima
Fé.
Papa Francisco
O terço de Joana de Vasconcelos
Canonização dos pastorinhos: Jacinta e Francisco
Em especial para o João Mattos Silva