domingo, 15 de junho de 2008

The First Lady of Song - Ella Fitzgerald


Ella Fitzgerald nasceu na Virginia a 25 de Abril de 1917, tendo falecido em Beverly Hills a 15 de Junho de 1996. Conhecida como "The First Lady of Song", é considerada uma das maiores intérpretes do American Songbook e uma das maiores vozes do jazz.

Entre a Virginia e Beverly Hills, teve uma vida extraordinária: a mãe mudou-se com um novo namorado para Yonkers, Nova Iorque, pouco depois do nascimento de Ella. Em criança, foi colocada à guarda do Asilo para Orfãos de Cor do Bronx; a mãe viria a morrer em 1932, durante a Great American Depression, e Ella regressou à Virginia para viver com uma tia. A sua meia-irmã viria a juntar-se-lhe com a morte do padrasto. Com notas progressivamente mais fracas, abandona os estudos e passa a fazer de vigia num bordel e de correio de associados da Máfia. Presa e enviada para um reformatório, escapa e passa a viver sem abrigo.

Regressando a Nova Iorque, em finais de 1934 consegue emprego no Harlém, no Apollo Theatre, onde consegue entrar no concurso de talentos. Originalmente, pretendia dançar: ao ver um dos números anteriores convenceu-se que não conseguiria ganhar e passou para a canção. Ganhou o primeiro prémio: $25. Em 1935, junta-se à banda de Chick Webb; em 1938, uma das suas gravações ganha-lhe fama. Em 1939 com a morte de Chick Webb, renomeia a banda como "Ella Fitzgerald and her band". Durante a guerra, decide-se a uma carreira a solo e assina com a Decca. A sua estrela continua a subir, interpretando jazz, Gershwin, entre outros. Casa em 1941 com um passador de droga - o casamento será anulado dois anos depois. Em 1947, casa com Ray Brown, um músico de bass que conhecera em concerto -- em 1953, divorciam-se.

Em 1955, abandona a Decca e cria o seu próprio veículo, Verve Records. Em 1956, lança The Cole Porter Songbook, marco que Ella viria a reconhecer como ponto de viragem na sua vida. Seguem-se sete outros Songbooks até 1964, enquanto em simultâneo fazia tours de 40 a 45 semanas por ano. Em Julho de 1957, a Reuters anuncia o seu casamento com um jovem norueguês; o jovem é preso por furto a uma anterior noiva e o casamento é esquecido. Ella continua a conhecer o sucesso musical, com esporádicas passagens pelo cinema e pela televisão; grava até 1991 e actua até 1993; no mesmo ano, cega por efeito de diabetes, sofre a amputação de ambas as pernas. Morre três anos depois.

Os Songbooks valeram-lhe o elogio póstumo do New York Times: "Here was a black woman popularizing urban songs often written by immigrant Jews to a national audience of predominantly white Christians." Paul Krugman escrevia recentemente no NYT "It's a Different Country", em referência à candidatura de Barack Obama à presidência e as relações raciais nos EUA ilustrando um país que já mudou: Poderia ter usado "Lady Ella" como referência de transformação.
"I guess what everyone wants more than anything else is to be loved. And to know that you loved me for my singing is too much for me. Forgive me if I don't have all the words.
Maybe I can sing it and you'll understand."
Ella Fitzgerald

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