sexta-feira, 13 de junho de 2008

Vieira da Silva - primeiro centenário do nascimento


"Le metro", painel de azulejos, estação da Cidade Universitária


Nasceu em Lisboa, em 13 de Junho de 1908. Faria hoje cem anos. Impôs-se como pintora, depois de hesitar entre a pintura e a escultura, em Paris, para onde foi estudar, desgostosa com o ensino da Escola de Belas Artes da capital, em 1928. Frequentou an Academia da Grande Chaumière as aulas de escultura de Bourdelle que era, à época, assitsido por Germaine Richier e Alberto Giacometti, e de Despiau na Academia Scandinave, abandonando esta técnica em 1929 para se dedicar exclusivamente à pintura. Trabalhou então com Dufresne, Waroquier e Friez e iniciou-se na gravura no Atelier 17 de Hayter onde se concentrou nas pesquisas de representação do espaço. Frequentou também as aulas de Fernand Léger e de Bissière .

Na Grande Chaumiére conheceu o pintor húngaro Arpad Szenes com quem casou em 1930. Viveu em Paris, Lisboa (onde tentou, sem êxito, reaver a sua nacionalidade portuguesa) e Santa Teresa, no Brasil, durante um período longo, entre 1939 e 1947, onde pintou e expôs. Em 1970 a Galeria 111 e Fundação Gulbenkian dão-na conhecer mais profundamente ao público português, depois de já ser reconhecida pela França, que adquiriu as suas obras e a condecorou com a Ordre des Arts et des Lettre.

É, sobretudo, depois do 25 de Abril, que se torna conhecida do comum dos portugueses. Com um cartaz alusivo àquela data, muito divulgado. Com inúmeras exposições, estudos, uma biografia escrita em 1982 por Agustina Bessa-Luís. E com um belíssimo painel de azulejos, encomendado para a estação do metropolitano de Lisboa, feito sobre um guache de 1940, chamado precisamente “ Le metro”. Portugal acolheu-a e manifestou-lhe reconhecimento e admiração. Em 1988 recebeu a Medalha da Cidade de Lisboa e a Grã- Cruz da Ordem da Liberdade.

Morreu em 1992. Deixou a Portugal uma significativa parte da sua obra, e da de seu marido, que constitui o acervo do museu da Fundação Arpad- Szenes – Vieira da Silva. Onde pode ser vista até 4 de Outubro a exposição comemorativa: Correspondências. Vieira da Silva por Mário Cesariny.

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