sábado, 5 de julho de 2008

O FESTIVAL DE ÓPERA DE MUNIQUE



A temporada de ópera de Munique termina tradicionalmente com os Münchner Opernfestspiele - o festival de ópera, cujos primórdios remontam ao ano de 1875.
A edição de 2008 decorre em três locais belíssimos, na Ópera Estadual da Baviera (Bayerische Staatsoper, foto), situada na zona mais nobre da cidade, no Prinzregententheater e no recém-restaurado Cuvilliés-Theater, pérola do estilo rococó bávaro. A direcção artística está, pela segunda vez, a cargo de Kent Nagano. A orquestra e o coro da Ópera Estadual acompanham o festival ao longo das próximas cinco semanas.

A oferta é de uma riqueza única: ópera, ballet, concertos e recitais de Lied farão deste festival mais um acontecimento inesquecível, consolidando assim a posição de Munique como capital cultural da Alemanha. À luz do que nos habituámos em Lisboa nos últimos anos (ou do que fomos obrigados a habituar-nos …), a programação de Munique parece invejável, quase surrealista.

O festival inaugurou a 28 de Junho com um ex-libris do século XX, a ópera Doktor Faust de Ferruccio Busoni. Busoni iniciou a composição em 1916, deixando-a incompleta até à sua morte em 1924, concluída por alunos seus. Ao contrário de Gounod que recorreu à obra de Goethe, o compositor redigiu o libretto a partir da velha lenda popular à volta de Fausto. Entenderam os organizadores, e muito bem, proporcionar ao público um amuse-gueule delicioso ao exibir o filme Faust – Eine deutsche Volkssage de Friedrich W. Murnau de 1924 no passado dia 24 de Junho numa igreja no centro da cidade.

Outras produções novas incluem Eugen Onegin de Tschaikowsky, Nabucco de Verdi com Maria Guleghina como Abigaille ou Die Bassariden de Hans Werner Henze.
Idomeneo de Mozart sobe ao palco no Cuvilliés-Theater e regressa assim à casa onde se estreou em 1781.

Mas o repertório não se esgota por aqui, e o rol de artistas convidados assegura os padrões de qualidade de que o festival é sinónimo: Vesselina Kasarova brilha no Werther de Massenet; Ramón Vargas interpreta Alfredo Germont em La Traviata e Rodolfo em Luisa Miller de Verdi; o tenor alemão Will Hartmann que nos encantou no S. Carlos por diversas vezes (refira-se o Loge do Anel em 2006!) encanta em Munique como Matteo em Arabella de Strauss.

Continuemos: Waltraud Meier, considerada a melhor meio-soprano da actualidade, encarna Isolde ao lado de John Treleaven, seu Tristan.
A já mítica Edita Gruberova apresenta-se ora como Elisabetta em Roberto Devereux de Donizetti ora como Norma de Bellini. Fantástico!

Ariadne auf Naxos e Elektra de Strauss, Tamerlano de Händel ou Così fan tutte de Mozart entram igualmente na “corrida” das jornadas.

O Lied faz-se representar dignamente através de recitais com Dorothea Röschmann (o programa inclui, entre outras obras, Des Knaben Wunderhorn de Mahler), Ian Bostridge e Jonas Kaufmann, já anteriormente aqui apresentado pelo João Mattos e Silva.

Num concerto de gala, Kent Nagano dirigirá Karita Mattila e Thomas Hampson num serão dedicado a obras de Tschaikowsky, Verdi e Cole Porter.

O festival encerra a 31 de Julho com os Mestres Cantores.

2 comentários:

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