Como já anda por aí uma poesia para crianças, vou aqui deixar uma também:
O dromedário
Dorme, dorme o dromedário? não dorme, que yem horário para cruzar o Sará. Há dez dias que não bebe. O oásis onde está?
Não há bicho mais esperto nesse forno do deserto. Como só tem uma bossa, acha que não é camelo e dos camelos faz troça.
Vê os carros a passar no rali Paris-Dakar e tem um sonho fisgado: é pedir uma boleia, mas com ar condicionado, ir á terra além da areia e provar lá um gelado.
POEMA DO COMEÇO
ResponderEliminarEu num camelo a atravessar o deserto
com um ombro franjado de túmulos numa mão muito aberta
Eu num barco a remos a atravessar a janela
da pirâmide com um copo esguio e azul coberto de escamas
Eu na praia e um vento de agulhas
com um Cavalo-Triângulo enterrado na areia
Eu na noite com um objecto estranho na algibeira
-trago-te Brilhante-Estrela-Sem-Destino coberta de musgo
António Maria Lisboa
(in Poesia. Lisboa: Assírio e Alvim, 1977, p. 151)
Jad,
tens atravessado o deserto num camelo?
M.
Transcrevo novamente porque apareceu mal transcrito. Espero que saia bem:
ResponderEliminarPOEMA DO COMEÇO
Eu num camelo a atravessar o deserto
com um ombro franjado de túmulos numa mão [muito
aberta
Eu num barco a remos a atravessar a janela
da pirâmide com um copo esguio e azul coberto de
escamas
Eu na praia e um vento de agulhas
com um Cavalo-Triângulo enterrado na areia
Eu na noite com um objecto estranho na algibeira
-trago-te Brilhante-Estrela-Sem-Destino coberta de
musgo
António Maria Lisboa
(in Poesia. Lisboa: Assírio e Alvim, 1977, p. 150-151)
Como já anda por aí uma poesia para crianças, vou aqui deixar uma também:
ResponderEliminarO dromedário
Dorme, dorme o dromedário?
não dorme, que yem horário
para cruzar o Sará.
Há dez dias que não bebe.
O oásis onde está?
Não há bicho mais esperto
nesse forno do deserto.
Como só tem uma bossa,
acha que não é camelo
e dos camelos faz troça.
Vê os carros a passar
no rali Paris-Dakar
e tem um sonho fisgado:
é pedir uma boleia,
mas com ar condicionado,
ir á terra além da areia
e provar lá um gelado.
Luísa Ducla Soares