Este ex-libris da exposição “Life, love, legacy – Hadrian: empire and conflict”, a decorrer no British Museum até 26 de Outubro e apresentada por João Soares em Julho, representa o busto do imperador romano em bronze. Foi descoberto numa fortaleza romana em Tel Shalem (Israel) em 1975, situada no vale do rio Jordão e de importância estratégica no cruzamento de várias rotas no Médio Oriente.
Ainda que a peça nos pareça uníssona na sua configuração, é possível que o torso provenha de uma estátua anterior, literalmente encabeçada por um rosto de Adriano posterior.
A exposição londrina integra o retrato num contexto bélico: o Império Romano como força de violência e destruição (e não na sua extensão de civilização), mais concretamente na agressão invasiva contra o povo judeu entre os anos de 132 a 136.
Dos muitos retratos de Adriano em bronze que seguramente existiram durante a Antiguidade, apenas três sobreviveram até aos nossos tempos. A beleza e riqueza ornamental com que a cabeça e o torso foram elaborados tornam este busto num dos exemplos mais bem sucedidos na história do retrato de imperadores romanos. A frente da armadura, sumptuosa na sua decoração, mostra-nos seis guerreiros em combate assíduo. Pormenores desta batalha retratada são desconhecidos.
Como todas as imagens de Adriano, também esta escultura contempla uma particularidade anatómica do imperador, infelizmente não visível nestas fotografias: o lóbulo da orelha é profundamente vincado na diagonal o que indicia que Adriano terá sofrido de uma doença arterial coronária.
Ainda que a peça nos pareça uníssona na sua configuração, é possível que o torso provenha de uma estátua anterior, literalmente encabeçada por um rosto de Adriano posterior.
A exposição londrina integra o retrato num contexto bélico: o Império Romano como força de violência e destruição (e não na sua extensão de civilização), mais concretamente na agressão invasiva contra o povo judeu entre os anos de 132 a 136.
Contudo, esta escultura não deixa de ser uma das muitas provas da qualidade de retratos com que a Antiguidade Romana imortalizou os seus heróis para a posteridade.
Absolutamente espantosa. É uma pena que por aqui, a parte mais ocidental do Império, nada haja para descobrir. Ou haverá?
ResponderEliminarÉ realmente espantosa!
ResponderEliminarFez-me recordar o livro da Marguerite Yourcenar, As Memórias de Adriano. Um livro tão belo como a escultura e o retrato.
Bem vindo. Sentiamos a falta e a necessidade do seu convivio. Então não era para se organizar uma viagem a ver a exposição...?
ResponderEliminarObrigado pelas suas palavras. A viagem? Let's go!
ResponderEliminarPor falar em retrato. Li no Diário de Notícias, da passada segunda-feira, um artigo sobre um retrato de Quentin Massy, um mestre da pintura flamenga, " A Duquesa Feia". Este retrato vai estar exposto na National Gallery, em Londres, até dia 18 de Janeiro.
ResponderEliminarÉ um retrato polémico porque levantou muitas dúvidas, primeiro, em relação à sua autenticidade,ficou provado que é genuíno; segundo, a mulher retratada deu origem a várias intrepretações médicas, desde o século XIX: James Paget referiu que aquela mulher teria uma desordem metabólica.
Assaz curiosa a pintura desta duquesa feia patente na exposição: "Retratos do Renascimento" organizada em parceria com o Museu do Prado.
Adoro arte e por isso tive um impulso em descrever esta notícia. Desculpe a extensão do comentário.
http://images.google.pt/images?hl=pt-PT&q=Quentin+massy&gbv=2