segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Da Primeira República

Neste ano da graça de 2008 revitalizou-se o debate, a discussão sobre a implantação da República cujo centenário se comemorará em 2010 com programa oficial como convém em data tão redonda. E, segundo creio, com orçamento também redondo...
Evidentemente, é uma data que tem de ser celebrada.Não contesto as comemorações desta data em geral.
A mim, que ligo pouco à pompa e à circunstância, interessa-me mais a discussão sobre o que foi realmente a Primeira República, os seus vícios e virtudes.E, ao contrário do que foi hábito durante as últimas décadas, já vi sinais de que é possível alguma objectividade ( se bem que esta palavra quando se fala de História é sempre muito controversa) na discussão deste tema.
Há poucos dias na Universidade de Lisboa, Rui Ramos, que é insuspeito de anti-republicanismo, declarou que "O fim da monarquia representou um enorme recuo a nível democrático para Portugal", o que já dá muito pano para mangas. Ontem à noite, no Câmara Clara da RTP2, que penso seja retransmitido hoje em horário diurno, um interessante debate entre José Adelino Maltez e Fernando Rosas sobre este tema incidiu ainda que perfuntoriamente, até pelas restrições temporais, sobre um capítulo que me interessa bastante: porque é que a Primeira República falhou?- ou seja porque é que com tanta doutrina de décadas, e grandes doutrinadores; com a Igreja dominada, e tendo o apoio de intelectuais como Jaime Cortesão, Teixeira de Pascoaes e outros, porque falhou o regime e se devorou a si mesmo?
Rosas e Maltez desmistificaram algumas enormidades que ainda por aí se ouvem, mas ainda há muito para debater. Espero que a discussão continue nos próximos tempos.

5 comentários:

  1. O Rui Ramos faz-me alergia...

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  2. "Porque falhou o regime e se devorou a si mesmo?"
    Tenho pena de não ter visto porque a questão interessa-me verdadeiramente.
    É um período aliciante mas difícil de estudar.
    Agradeço o seu post e vou estar mais atenta à RTP2.

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  3. O Rui Ramos é o maior anti-republicanista que conheço. Anda é disfarçado... E conheço-o desde o tempo de estudante.
    J.D.

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  4. Desculpa lá, mas não gostei. Ponto! Punhos de renda a mais, cedência naquilo que não se deve ceder. Os "outros" insistem na fábulas e os "nossos" contemporizam. Não vale a pena preencher o nosso tempo de escuta com citações deste ou daquele fulano em catadupa, para "inglês ver". E ficámos no impasse do costume.
    Quanto ao Rui Ramos, o problema é que muita gente não gosta do homem, devido a coisas bem comezinhas:
    1- Estuda.
    2- Sabe.
    3- Não segue a cartilha ditatorial.
    4- Não faz fretes aos partidos,
    logo,

    aí está o monstrinho esverdeado da inveja.

    É a verdade em toda a sua crua simplicidade.

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  5. Ora vamos lá a adivinhar: porque será que os republicanos não gostam do Rui Ramos e os monárquicos gostam?!

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