Enquanto por cá se vai discutindo a República, ou pelo menos a primeira, no Reino Unido discute-se a Monarquia. Na sequência de iniciativas que já vinham do tempo de Blair ( o que não surpreende) , o deputado Mike Bryant entregou finalmente a Gordon Brown o esperado relatório sobre reforma constitucional. Os dois pontos mais fortes são a possibilidade dos católicos acederem ao trono e o fim da "lei dos machos"- ou seja pretende-se eliminar a preferência dada aos descendentes masculinos.
Apesar das boas intenções dos trabalhistas, não será fácil implementar tais mudanças que necessitam da aprovação de todos os países do Commonwealth e põem em causa a ligação entre a Coroa e a Igreja Anglicana .
Pessoalmente, não tenho dúvidas que por exemplo a actual Princess Royal, a Princesa Ana, daria uma excelente Chefe do Estado, e a Grã-Bretanha já teve grandes rainhas como todos sabemos.
Relativamente a um monarca católico, parece-me que a questão é bem mais complexa, e exigiria efectivamente uma separação entre a Coroa e a Igreja Anglicana cujo chefe é precisamente o soberano- Defender of the Faith .
E não seria de haver separação entre a Igreja e o Chefe de Estado? Qualquer pessoa (mesmo sendo rei ou rainha) tem direito a ter ou não ter religião. E no caso de ter, escolher a que quer praticar?
ResponderEliminarQueria dizer: separação entre a Igreja e o Estado, claro. Qualquer Chefe de Estado é que deve ter direito a ter ou não religião, etc.
ResponderEliminarTambém me parece que as monarquias europeias que ainda contam com essa ligação directa entre o Chefe do Estado e a Igreja Nacional, estarão condenadas a optar pela dissolução de tais laços.
ResponderEliminarNo caso da Grã-Bretanha não faz qualquer sentido recear que o monarca, caso seja católico, seja mais leal ao Papa que ao Parlamento. Aliás, o actual Príncipe de Gales já deu alguns sinais de que estaria disposto a rever esse estatuto .