...dois poemas de Daniel Maia-Pinto Rodrigues
DIÓSPIRO
depois do almoço,
quando arrastamos a cadeira
um pouco para trás
uma sonolência morna, entrelaçada de luz
entra pelas janelas
ludibria as cortinas
e difusa poisa no vinho
é nessa altura que dizemos:
vou comer este dióspiro
antes que apodreça
Outubro
mês dos figos maduros
da perfeita tranquilidade
mês
em que das eiras
perdigueiros correm para os currais
e dos currais se ouvem burros e éguas
outubro
mês dos patos nos ribeiros
mês das serras, das perdizes
dos ferreiros, das cegonhas
das paisagens, das feiras com queijo
do sr. sebastião e dos alpendres
outubro
mês dos meus avós vivos
levando-me a ver os moinhos de água
In: O valete do sétimo naipe. Porto: Felício & Cabral, D.L. 1994, p. 76, 64
Fotos:
http://dias-com-arvores.blogspot.com/2004/11/os-nomes-das-rvores-dispiro.html
http://panelada.files.wordpress.com/2008/04/figos.jpg
Este poeta é uma revelação. Para mim, claro.
ResponderEliminarDizem que dióspiro com canela é bom. O nosso gourmet de serviço já experimentou? Eu não. Aliás, não aprecio dióspiros.
Adoro figos e diospiros. Não sendo eu o gourmet de serviço (espero!), poderia ter experimentado ontem a sugestão apresentada no post anterior. Uma alma caridosa deu-me diospiros (que quando estão bem maduros podem ser melhores que doce de ovos...) mas eu não coloquei a canela. Fica para a próxima!
ResponderEliminarAdoro dióspiros é uma fruta paradísiaca. A árvore é muito bonita.
ResponderEliminarDe figos também gosto, frescos, secos e cristalizados.
Nunca experimentei dióspiros com canela mas costumo por canela no chá.
Gostei deste poeta que não conhecia.
Obrigada.
A.R.