Vim ao blogue para colocar um poema do Herberto Helder e tive esta surpresa. Adorei! Hoje um amigo especial - «The Special One»* -, ofereceu-me «A faca não corta o fogo». Obrig.! Tenho estado a folheá-lo: belíssimos poemas. Escolhi este:
para que venha alguém no estio e lhe [arranque o coração, e o devore, e o gosto seja tão abundante que lhe magoe a [boca e tudo quanto nela se apoie: soluço, respiração, idioma, e abale os modos nada cuidadosos do corpo: o fruto onde o cacto se concentra, o cacto que frutifica uma só vez na vida.
In: A faca não corta o fogo. Lisboa: Assírio & Alvim, 2008, p. 153-154
Quem me ofereceu o livro chamou-me a atenção para o pema final: «na morte de Mário Cesariny». Obrig. mais uma vez, M.
* Não pensem aque é esse, o que é conecido nos jornais por «The special one»...
para que venha alguém no estio e lhe arranque o [coração, e o devore, e o gosto seja tão abundante que lhe magoe a [boca e tudo quanto nela se apoie: soluço, respiração, idioma, e abale os modos nada cuidadosos do corpo: o fruto onde o cacto se concentra, o cacto que frutifica uma só vez na vida
Herberto Helder In: A faca não corta o fogo. Lisboa: Assírio & Alvim, 2008, p. 153-154
VII - AS MUSAS CEGAS "Bate-me à porta, em mim, primeiro devagar. Sempre devagar, desde o começo, mas ressoando depois, ressoando violentamente pelos corredores e paredes e pátios desta própria casa que eu sou. Que eu serei até não sei quando. É uma doce pancada à porta, alguma coisa que desfaz e refaz um homem. Uma pancada breve, breve- E eu estremeo como um archote.(...)"
Vai um excerto porque é longo. Heberto Heder, Poesia Toda, Lisboa: Assírio e Alvim, 1981, p.111.
Obrigada pela informação do bailado. Gosto de tango...em minha casa ouvia-se muito, embora, não fosse eu a colocá-lo no gira-discos (um móvel dos anos 50).
Vim ao blogue para colocar um poema do Herberto Helder e tive esta surpresa. Adorei!
ResponderEliminarHoje um amigo especial - «The Special One»* -, ofereceu-me «A faca não corta o fogo». Obrig.! Tenho estado a folheá-lo: belíssimos poemas. Escolhi este:
para que venha alguém no estio e lhe [arranque o coração,
e o devore,
e o gosto seja tão abundante que lhe magoe a [boca
e tudo quanto nela se apoie:
soluço, respiração, idioma,
e abale os modos nada cuidadosos do corpo:
o fruto onde o cacto se concentra,
o cacto que frutifica uma só vez na vida.
In: A faca não corta o fogo. Lisboa: Assírio & Alvim, 2008, p. 153-154
Quem me ofereceu o livro chamou-me a atenção para o pema final: «na morte de Mário Cesariny».
Obrig. mais uma vez,
M.
* Não pensem aque é esse, o que é conecido nos jornais por «The special one»...
para que venha alguém no estio e lhe arranque o [coração,
ResponderEliminare o devore,
e o gosto seja tão abundante que lhe magoe a [boca
e tudo quanto nela se apoie:
soluço, respiração, idioma,
e abale os modos nada cuidadosos do corpo:
o fruto onde o cacto se concentra,
o cacto que frutifica uma só vez na vida
Herberto Helder
In: A faca não corta o fogo. Lisboa: Assírio & Alvim, 2008, p. 153-154
VII - AS MUSAS CEGAS
ResponderEliminar"Bate-me à porta, em mim, primeiro devagar.
Sempre devagar, desde o começo, mas ressoando depois, ressoando violentamente pelos corredores
e paredes e pátios desta própria casa
que eu sou. Que eu serei até não sei quando.
É uma doce pancada à porta, alguma coisa
que desfaz e refaz um homem. Uma pancada
breve, breve-
E eu estremeo como um archote.(...)"
Vai um excerto porque é longo.
Heberto Heder, Poesia Toda, Lisboa: Assírio e Alvim, 1981, p.111.
Onde se lê estremeo deverá ler-se estremeço.
ResponderEliminarObrigada pela informação do bailado. Gosto de tango...em minha casa ouvia-se muito, embora, não fosse eu a colocá-lo no gira-discos (um móvel dos anos 50).
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