"Moby Dick" (John Huston, 1956). Inspirado no clássico de Herman Melville, que conta a inquietação de um homem (o capital Ahab) que procura acertar contas com o mundo matando a baleia que lhe arrancou uma perna, o filme não se adivinhava tarefa fácil. A obra literária era demasiado densa, pesada e Orson Welles que já havia tido esse projecto em mente bebia uma garrafa de conhaque antes de rodar o seu discurso no papel do sacerdote. A adaptação do filme esteve a cargo do escritor Ray Bradbury, que se mudou para casa de Huston, na Irlanda, a fim de se concentrar melhor nas 1.500 páginas do livro. Leu-as nove vezes e entrou em crise. Mas a obsessão do realizador conseguiu levar o árduo desafio por diante; John Huston que não descurava nem o mais ínfimo pormenor transfigurou-se de tal forma a parecer-se com o capitão Ahab...
No set, situado em Las Palmas, os geradores da baleia de cola adesiva e dos temporais faziam tanto barulho que comprometiam a qualidade do áudio. E para complicar ainda mais as rodagens, nos 70 dias em que a equipa permaneceu na Grã-Canária não parou de chover. Gregory Peck viu-se em maus lençóis com a baleia de cola adesiva que quase matou os actores com os seus movimentos bruscos. Os takes sucediam-se a um ritmo frenético e, no final , na sala de montagem, reduziram-se os 120.000 metros de fita gravada para apenas 3.500.
Este filme ainda é do tempo em que não se usava e abusava dos efeitos especiais. Muito menos dos digitais...
ResponderEliminarÉ mais fácil fazer um Titanic dentro de um aquário gigante...
Vi este filme e gostei. Não consegui ler o livro... pelos vistos não era denso só para mim.
ResponderEliminarA.R.