O autor deste A MONSTRUOSIDADE DE CRISTO faz parte da minha "santíssima trindade" de pensadores contemporâneos que vou seguindo atentamente, sendo os outros dois Michel Onfray e Peter Sloterdijk. Apesar do provocador título, não se trata de maneira nenhuma de um ataque ao cristianismo por parte do Slavoj Zizek, mas antes uma análise da figura de Cristo com recurso a autores como Hegel, Badiou e Kant, mas também cotejando fontes menos habituais: Chesterton , Hitchcock ou V for Vendetta... . A tradução é do grande Miguel Serras Pereira.
Aqui fica um excerto constante da contra-capa do livro:
" (...) Quando as pessoas imaginam toda a espécie de sentidos profundos porque as "assustam as palavras que dizem: Ele fez-se Homem", aquilo que na realidade receiam é perderem o Deus transcendente que garante o sentido do universo, Deus como o senhor oculto que move os cordelinhos-em seu lugar encontramos um deus que abandona a sua posição transcendente e se precipita na sua própria criação, comprometendo-se com ela até à morte, o que faz com que nós, seres humanos, fiquemos sem qualquer Poder superior que olhe por nós, sem outra coisa que não seja o terrível fardo da liberdade e da responsabilidade pelo destino da criação divina e, portanto, do próprio deus. Não continuaremos hoje a recear demasiado assumir todas as consequências dessas palavras? Não preferirão aqueles que se dizem "cristãos" guardar a imagem confortável de um Deus sentado lá em cima, que observa benevolentamente as nossas vidas, nos envia o seu filho como símbolo do seu amor, ou, ainda mais confortavelmente, com a simples imagem de uma Força Superior impessoal? "
- Slavoj Zizek, A MONSTRUOSIDADE DE CRISTO, trad. de Miguel Serras Pereira, Relógio D'Água, 2008.
Interessante! Gosto de livros que podem vir a ser polémicos.
ResponderEliminarO tema religião e filosofia fascinam-me. Quando regressar vou procurá-lo nas livrarias.
Estou a ler a "Ditadura do Relativismo" de Roberto Mattei que comprei para trazer é interessante e polémico, não quer dizer que siga aquelas ideias mas foca e transcreve de Voltaire do "Tratado sobre a Tolerância" de que gosto.
Em suma, o livro nasceu para compilar umas conferencias na Universita Europea di Roma, Universidade de Bochum e em convénios diversos. Tema contemporâneo: moral, cristianismo, ética...
A.R.
Vi o livro do Mattei recentemente na Fnac,mas infelizmente não há tempo para ler tudo o que nos parece interessante.
ResponderEliminarConfesso-lhe que no inicio tive alguma resistencia mas, acabei por comprar para perceber esta coisa do relativismo que usamos nos dias actuais em demasia (desculpabilidade).
ResponderEliminarA.R.
P.S. Gosta dos Pogues? Acho que ninguem gosta desta musica de Natal, sei que se estranha mas veja so: The Pogues and Kirsty MacColl
http://jp.youtube.
com/watch?v=wjEIP6otc4Y&feature=PlayList&p
=F8DA59C3CE2B3F35&index=1
Lembro-me muito bem dos Pogues, embora não seja grande admirador.Mas agradeço a sugestão natalícia.
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