Homossexuais destroem "obra de Deus", diz Papa
HUGO COELHO
Vaticano. Igreja Católica continua guerra contra 'gays'
Bento XVI quer "ecologia do homem" que garanta distinção entre sexos
O Papa disse ontem que a homossexualidade e a transexualidade são uma "destruição da obra de Deus". Bento XVI apelou a uma "ecologia do homem", que garanta o respeito da distinção entre homens e mulheres tal como aquela é interpretada pela Igreja a partir da linguagem da criação.
"É necessária uma certa ecologia do homem," alertou o sumo pontífice num discurso de balanço à Cúria, a administração central do Vaticano, na sumptuosa Sala Clementina no Palácio apostólico do Vaticano . "As florestas tropicais merecem a nossa protecção. Mas os homens não merecem menos do que isso," acrescentou.
Segundo Bento XVI, se a Igreja Católica assume a defesa da obra da criação de Deus, "não deve apenas defender a terra, a água e o ar, mas também tem de salvar o homem da sua própria destruição". "O homem quer ser o seu próprio criador, ser o único a dispor daquilo que lhe diz respeito, mas ao agir dessa forma, ele vive contra a verdade, vive contra o seu criador," acrescentou o líder dos católicos.
Bento XVI criticou abertamente as teorias do género que se impuseram nas ciências sociais na Europa e nos EUA e estabelecem uma diferença entre a pertença a um determinado sexo - a identidade biológica - e o papel que a sociedade atribui aos indivíduos - a forma como cada um vive. Segundo Bento XVI são essas teorias que justificam a homossexualidade e a transexualidade e, assim, afastam os homens da "obra do criador".
A Igreja Católica considera que a homossexualidade não é pecado, mas o actos homossexuais são-no. O Vaticano opõe-se ao casamento entre indivíduos do mesmo sexo - uma prática legalizada em Espanha, Holanda e Bélgica, no que toca a países europeus. Em Outubro um alto responsável da Igreja Católica classificou a homossexualidade como "um desvio, uma irregularidade, uma ferida".
(Diário de Notícias, Lisboa, 23 Dez. 2008)
Este Papa saiu-nos cá um «grunho»...
ResponderEliminarE a Dr.ª Manelinha já pode debitar mais umas «calinadas».
O BENTINHO JÁ ESTÁ A ARREBITAR. DEPOIS QUEIXAM-SE QUE AS IGREJAS ESTÃO VAZIAS E NÃO HÁ PADRES NOVOS.
ResponderEliminarTemos que ser racionalistas e entender que o discurso de Bento XVI é coerente com a fé que professa. Não nos devemos esquecer que ele pertendeu à Congregação para a Doutrina da Fé.
ResponderEliminarNão concordo com as ideias dele. Mas pelo menos ele não engana e afirma bem alto a sua posição.
A questão: a modernização da Igreja já é diferente e é pertinente.
No entanto, julgo que este homem doutorado em Teologia com a tese: "Povo e Casa de Deus na doutrina da Igreja de Santo Agostinho", deve escudar-se com os ideias da filosofia e teologia que ensinou.
Alemão, rigorista, intelectual era difícil com esta carga toda ter outro tipo de discurso. Não o estou a defender, até poque não concordo com a abordagem dele, mas é preciso sermos sensatos.
Para julgarmos o homem que é este Papa temos que nos embrenhar na sua vida e obra.
Quanto a vocações, é uma coisa que não entendo mas invejo quem é capaz de ter uma vocação, desprender-se da vida material para se dedicar à espiritual.
A.R.
Onde está pertendeu é pertenceu.
ResponderEliminarA questão da modernização da Igreja só me interessa quando colide com a vida das pessoas no geral. Cada vez que me lembro que o Papa anterior foi para um país africano - Quénia? -, onde toda a gente morria de SIDA e nascia seropositiva, defender o não-uso do preservativo...
ResponderEliminarEm que MUNDO vive esta gente??? Não queremos mais nada, só um pouco de bom senso.
Confesso que fiquei surpreendido com as palavras de Sua Santidade, apesar de o "conhecer" há muitos anos, designadamente a "obra" feita enquanto Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, onde tantas vezes foi implacável.
ResponderEliminarParece-me que Sua Santidade se esquece que já não é o Teólogo-Mor do Vaticano mas sim o Chefe Supremo da Igreja Católica, e o peso e a influência que as suas palavras acarretam. Não sei se é o caminho certo, nem sequer se é o caminho mais cristão...
Certo não é certamente. E cristão também não me parece.
ResponderEliminarNão querem ver a realidade, não é? E quando não se quer ver a realidade... não há nada a fazer. Nem me parece que mude nos próximos anos porque quem elege o Papa reza pela mesma cartilha. Pelo menos publicamente.
«O pior cego é o que não quer ver» que o mundo mudou e vai continuar a mudar.
ResponderEliminarLembram-se do deputado Morgado? Ficou célebre por uns versos da Natália Correia. Senão ninguém hoje se lembraria do nome dele. Sim, porque dele...
M.
Penso que não é a questão do que "o que não quer ver".
ResponderEliminarEle é inteligente. Julgo que é implacável, como refere Luís Barata, e os dois mil anos de tradição devem ser difíceis de apagar para quem é tão rigorista.
Claro, Miss Tolstoi, que as ideias dele e do anterior Papa, que foi muito influenciado por este, não estão adaptadas à nova realidade social. Também, não podemos esperar que acolham a nova realidade porque vai contra o criacionismo defendidos pela Igreja ao longo dos tempos.
Não me atrevo a dizer que são pouco cristãos porque certamente eu falho nisto...
Nunca poderemos saber como Cristo reagiria nesta sociedade em constante mutação.
Eu não vou contra a liberdade do outro e acho que cada um deve optar por viver de acordo com as suas opiniões, as suas crenças, a sua vontade desde que haja respeito e honestidade em todas as escolhas que fizer.
A.R.