domingo, 7 de dezembro de 2008

Os meus poemas -11

AS SEM - RAZÕES DO AMOR

Eu te amo porque te amo.
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.

Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.

Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.

Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.

Carlos Drummond de Andrade
(1902-1987)

18 comentários:

  1. Adoro o Drummond. É um dos meus poetas. Este poema é belíssimo.
    Muitos dos nossos poetas foram lá «beber»...
    M.

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  2. Começa-se bem o dia com este poema e este poeta. Também adoro o Drummond que é um dos poetas que mais leio.
    M., estava a pensar no Ramos Rosa? Quando leio o Ramos Rosa paira sempre ao fundo a musicalidade do Drummond de Andrade.
    Adoro o poema «O que se passa na cama / é segredo de quem ama.» (o que é uma grande verdade!), mas não é este nem nehum poema do livro «O amor natural» que vou transcrever (haveria síncopes aqui no blogue?). Dois pequeninos:

    O AMOR É GRANDE

    O amor é grande e cabe
    nesta janela sobre o mar.
    O mar é grande e cabe
    na cama e no colchão de amar.
    O amor é grande e cabe
    no breve espaço de beijar.

    (do livro «Amar se aprende amando»)

    MUDANÇA

    O que muda na mudança,
    se tudo em volta é uma dança
    no trajecto da esperança,
    junto ao que nunca se alcança?

    (do livro «O corpo»)

    Isto já vai muito longo.
    Obrigada pelo poema. Acho que o dia vai correr bem.

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  3. O poema é bonito e bom.
    Não conheço o livro que Miss Tolstoi falou no post anterior... fiquei com apetite... será por ainda não ter almoçado?

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  4. Miss Tolstoi,
    Além de Cesariny, também gostamos de Drummond?! Para já não falar de Nureyev, Visconti e de Tolstoi. E se calhar de outros mais. Ainda bem!
    Pois eu pensei mesmo no António Ramos Rosa. E no João Rui de Sousa. Gosto imenso dos dois.
    Quanto a síncopes, não sei. Falando por mim, apenas posso dizer o que penso de «O amor natural»: um dos livros de poesia erótica mais lindos. E o poema «O que se passa na cama» acima de todos.
    Também gosto dos que transcreveu.
    Um bom dia,
    M.

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  5. Jad,
    Vou-te oferecer o livro de que Miss Tolstoi falou. Ma sé melhor almoçares...
    M.

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  6. Ma sé melhor? parece brasileiro? Mas é melhor...
    M.

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  7. Jad,
    Ofereço-te o livro, caso Miss Tolstoi não o queira fazer...
    M.

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  8. E eu a julgar que alguém me queria oferecer um almoço...

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  9. É lindo o poema e gosto imenso do Drummond de Andrade.
    A.R.

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  10. Esqueci-me de dizer, Miss Tolstoi que gosto do Ramos Rosa e dos poemas que transcreveu.
    A.R.

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  11. Esqueci-me de dizer, Miss Tolstoi, que gosto do Ramos Rosa e dos poemas que transcreveu.
    A.R.

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  12. Claro que terei o maior prazer em oferecer o meu exemplar ao Jad (depois arranjarei outro para mim). Espero que o destino leve o livro na terça-feira aos eu destino. (Poético, anh?!)

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  13. Cara Miss Tolstoi.
    Certamente inspirada no filme que coloquei hoje resolve deixar de ter um livro, que gosta e preza, para m'o fazer chegar às mãos. Se fosse a si, não o fazia. E se depois não arranja outro para si!
    Mas posso aceitar, com uma condição. Eu tentar arranjar um outro exemplar e oferecer-lho... Usarei o mesmo local (que venha a utilizar)!
    A proposta do filme era dar felicidade a um desconhecido, totalmente desconhecido...

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  14. De onde se prova que não são apenas os malandros que têm sorte.
    M.

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  15. Cara Miss Tolstoi
    Não se esqueça que só aceito o livro com a premissa de lhe oferecer um exemplar idêntico!

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  16. O livro já seguiu o seu destino. E já estou em vias de o encomendar pela net.
    Só espero que goste do livro.
    Acho que só devemos dar coisas de que gostemos, embora às vezes não façamos exactamente isto para agradar aos presenteados.

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  17. Não faça isso, Miss Tolstoi. A encomenda vai ser minha. Será um prazer ter um livro que foi seu. Mas tem de aceitar um outro de volta.

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  18. Caro Jad,
    Temos então de ir tomar um chá para me oferecer o livro do Carlinhos.
    Ou será que prefere uma taça de Veuve Clicquot? Podemos sempre fazer como diziam que faziam algumas senhoras que iam tomar chá à Marques. Dizia-se que alguns bules tinham vinho branco em vez de chá.
    Acho que, hoje, não precisamos desses subterfúgios...

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