AS SEM - RAZÕES DO AMOR
Eu te amo porque te amo.
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.
Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.
Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.
Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.
Carlos Drummond de Andrade
(1902-1987)
Adoro o Drummond. É um dos meus poetas. Este poema é belíssimo.
ResponderEliminarMuitos dos nossos poetas foram lá «beber»...
M.
Começa-se bem o dia com este poema e este poeta. Também adoro o Drummond que é um dos poetas que mais leio.
ResponderEliminarM., estava a pensar no Ramos Rosa? Quando leio o Ramos Rosa paira sempre ao fundo a musicalidade do Drummond de Andrade.
Adoro o poema «O que se passa na cama / é segredo de quem ama.» (o que é uma grande verdade!), mas não é este nem nehum poema do livro «O amor natural» que vou transcrever (haveria síncopes aqui no blogue?). Dois pequeninos:
O AMOR É GRANDE
O amor é grande e cabe
nesta janela sobre o mar.
O mar é grande e cabe
na cama e no colchão de amar.
O amor é grande e cabe
no breve espaço de beijar.
(do livro «Amar se aprende amando»)
MUDANÇA
O que muda na mudança,
se tudo em volta é uma dança
no trajecto da esperança,
junto ao que nunca se alcança?
(do livro «O corpo»)
Isto já vai muito longo.
Obrigada pelo poema. Acho que o dia vai correr bem.
O poema é bonito e bom.
ResponderEliminarNão conheço o livro que Miss Tolstoi falou no post anterior... fiquei com apetite... será por ainda não ter almoçado?
Miss Tolstoi,
ResponderEliminarAlém de Cesariny, também gostamos de Drummond?! Para já não falar de Nureyev, Visconti e de Tolstoi. E se calhar de outros mais. Ainda bem!
Pois eu pensei mesmo no António Ramos Rosa. E no João Rui de Sousa. Gosto imenso dos dois.
Quanto a síncopes, não sei. Falando por mim, apenas posso dizer o que penso de «O amor natural»: um dos livros de poesia erótica mais lindos. E o poema «O que se passa na cama» acima de todos.
Também gosto dos que transcreveu.
Um bom dia,
M.
Jad,
ResponderEliminarVou-te oferecer o livro de que Miss Tolstoi falou. Ma sé melhor almoçares...
M.
Ma sé melhor? parece brasileiro? Mas é melhor...
ResponderEliminarM.
Jad,
ResponderEliminarOfereço-te o livro, caso Miss Tolstoi não o queira fazer...
M.
E eu a julgar que alguém me queria oferecer um almoço...
ResponderEliminarÉ lindo o poema e gosto imenso do Drummond de Andrade.
ResponderEliminarA.R.
Esqueci-me de dizer, Miss Tolstoi que gosto do Ramos Rosa e dos poemas que transcreveu.
ResponderEliminarA.R.
Esqueci-me de dizer, Miss Tolstoi, que gosto do Ramos Rosa e dos poemas que transcreveu.
ResponderEliminarA.R.
Claro que terei o maior prazer em oferecer o meu exemplar ao Jad (depois arranjarei outro para mim). Espero que o destino leve o livro na terça-feira aos eu destino. (Poético, anh?!)
ResponderEliminarCara Miss Tolstoi.
ResponderEliminarCertamente inspirada no filme que coloquei hoje resolve deixar de ter um livro, que gosta e preza, para m'o fazer chegar às mãos. Se fosse a si, não o fazia. E se depois não arranja outro para si!
Mas posso aceitar, com uma condição. Eu tentar arranjar um outro exemplar e oferecer-lho... Usarei o mesmo local (que venha a utilizar)!
A proposta do filme era dar felicidade a um desconhecido, totalmente desconhecido...
De onde se prova que não são apenas os malandros que têm sorte.
ResponderEliminarM.
Cara Miss Tolstoi
ResponderEliminarNão se esqueça que só aceito o livro com a premissa de lhe oferecer um exemplar idêntico!
O livro já seguiu o seu destino. E já estou em vias de o encomendar pela net.
ResponderEliminarSó espero que goste do livro.
Acho que só devemos dar coisas de que gostemos, embora às vezes não façamos exactamente isto para agradar aos presenteados.
Não faça isso, Miss Tolstoi. A encomenda vai ser minha. Será um prazer ter um livro que foi seu. Mas tem de aceitar um outro de volta.
ResponderEliminarCaro Jad,
ResponderEliminarTemos então de ir tomar um chá para me oferecer o livro do Carlinhos.
Ou será que prefere uma taça de Veuve Clicquot? Podemos sempre fazer como diziam que faziam algumas senhoras que iam tomar chá à Marques. Dizia-se que alguns bules tinham vinho branco em vez de chá.
Acho que, hoje, não precisamos desses subterfúgios...