AMASTE O VOO
A Jacinto do Prado Coelho
em Teixeira de Pascoaes
Amaste o voo, o infinito, a chave
Invisível da voz. E foste a própria ave,
Abrindo a cifra, a fronde dos seus medos.
Abrindo a cifra das acesas fráguas.
Lendo a secura triste dos penedos
Completaste o secreto eco das águas.
Seguiste o tocador dos instrumentos
Cinzentos, sedentos. Movimentos
De aparições, tremendo ao sol dos ventos,
Contradições de cor e de agonia.
E foste o tocador dos instrumentos
No alvo espaço em cruz dos seus momentos
Teu alvo tempo e alar sabedoria.
Natércia Freire
(1920-2004)
Gosto desta poetisa, completamente ignorada. Ainda bem que a recordou.
ResponderEliminarE este poema é lindo.
M.
Nao conhecia mas `e bonito! Obrigada.
ResponderEliminarA.R.