" (...) Um país que não preserva, não divulga e não reutiliza o seu património edificado é um país inexistente, sem memória e sem identidade. Os monumentos de que fala a reportagem [ do Expresso ] , o Convento de Cristo, em Tomar, a Batalha, o Mosteiro de Alcobaça, a Sé de Lisboa, são testemunhos de pedra, e vítimas silenciosas, indefesas, da criminosa negligência e do alarve pato-bravismo de todos os governos dos últimos 30 anos, de que o actual Executivo de Sócrates em nada se distingue. Vítimas da irresponsabilidade da classe política, central e autárquica, analfabeta, boçal e gananciosa. Exemplos de recuperação, como o do Mosteiro de Tibães, em Braga, ou o caso de Mértola em pouco alteram o estado de coisas: cuidar do património, promover a História, divulgar os tesouros nacionais, cá dentro e lá fora, parece não render votos. O exemplo de Foz Côa é elucidativo. Mas quando se deixa cair a januela manuelina de Tomar, o caso é de polícia. Quem se senta no banco dos réus? (...) "
- Filipe Luís, in VISÃO de 8 de Janeiro de 2008.
Vale a pena ler o artigo na íntegra, que toca realmente nesta ferida colectiva que nunca chega aos noticiários das 8 da noite, nem à Assembleia da República. Quando se salvam bancos privados com massivas injecções de capital para "não prejudicar a imagem do país", é escandaloso não perceber que a imagem do país, especialmente num país que se quer como destino turístico, passa necessariamente pelo estado dos seus monumentos. Até porque a grande maioria dos visitantes não vem pela arte contemporânea ( e atenção que nada tenho contra vanguardas ) nem pelos ALLGARVES do ministro Pinho.
Pois é...
ResponderEliminarM.
Li este artigo e concordo com Filipe Luís: "somos como um país inexistente, sem memória e sem identidade".
ResponderEliminarDeixar morrer aquilo que temos de melhor é a "mostra" do país pequeno que nos estamos a tornar.
A.R.
Bastava o equivalente a uns kms do novo aeroporto ou da linha do TGV para resolver alguns destes verdadeiros crimes contra o património.
ResponderEliminarT.
Dê uma vista de olhos na sede da qualquer-coisa-de-Cultura, com sede no Palácio da Ajuda. A fachada poente diz tudo.
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