E a propósito de romãs, desta vez em sentido metafórico, uns versos do «Cântico espiritual», de S. João da Cruz:[...]
35
Gozemo-nos, Amado,
E vejamos na tua formosura
O monte e o escarpado,
Donde mana água pura;
Penetremos mais dentro na espessura.
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E depois às erguidas
Cavernas do rochedo subiremos,
Que estão bem escondidas,
E ali nós entraremos
E o mosto de romãs saborearemos.
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Ali me mostrarias
Aquilo que minha alma pretendia,
E depois me darias
Tu, a quem eu mais qu'ria,
Aquilo que me deste o outro dia.
[...]
In:
Poesias completas / trad. José Bento. Lisboa: Assírio & Alvim, 1989, p. 31
Ai estes místicos. Gosto muito de sumo de romã, e do fruto em si.
ResponderEliminarA romã é um fruto paradisíaco e S. João da Cruz saboreou-a de uma forma bonita.
ResponderEliminarA.R.
Se o S. João da Cruz a saboreou não sei. Os seus poemas são, no mínimo, equívocos. E belíssimos!
ResponderEliminarAbre a romã, mostrando a rubicunda
ResponderEliminarCor, com que tu, rubi, teu preço perdes»
Luís de Camões - «Os Lusíadas», canto IX