sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

«Namoro», de Júlio Dantas


Magnet para o frigorífico,
com ilustração de Stuart.

Este e outros - todos muito giros! -,
da Portuguese Magnetic Collection,
à venda na Livr. Sá da Costa.

12 comentários:

  1. Vou seguir a mesma ideia de Miss Tolstoi, é pena não se conseguir ler o poema mas a ilustração é linda!
    A.R.

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  2. Que ideia genial! Tenho que ir lá espreitar.

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  3. Cara MR,
    Já consegui as Receitas da Ópera, li-o na viagem. Achei delicioso e as receitas parecem ser simples.

    Agora é só deitar mão à obra e fazer-me acompanhar das respectivas óperas. Muito obrigada.
    A.R.

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  4. Miss Tolstoi e A.R., aqui fica o poema:

    NAMORO

    Há quem chame namoro a isto… Na verdade
    É ser impertinente!
    Um namoro entre nós, na nossa idade, -
    Nós, que fugimos da vulgaridade
    Vertiginosamente!

    Um namoro, - que horror!
    Bem sei que me perturba o ver-te junto a mim…
    Mas o teu hálito é perturbador,
    E enfim,
    Tu és mulher, eu sou um pecador…
    Nem isto é amor,
    Nem um namoro principia assim.

    É certo que ao beijar a tua mão,
    Ao beijá-la num misto de
    De sensualidade e de veneração,
    Esfrio, tremo, e nem sei já se existo…
    Mas um namoro é isto?...
    Seguramente, não.

    E se o beijo, subindo, atinge o braço,
    Como uma abelha d’oiro, impaciente, -
    Do braço à mão há tão pequeno espaço,
    Que mais um passo
    É inocente!

    Mas, pelo amor de Deus, - d’aí a namorar!
    Bem sei também que quando estamos sós,
    Há não sei quê que nos desvia o olhar
    E nos perturba a voz…
    E é singular!
    Às vezes, toda a gente a reparar, -
    Mesmo nós!

    Ele é certo que um dia (ainda coro
    Da minha confusão!)
    Picou-me os nervos a serpente d’ouro
    Da tentação…
    Enlacei-te a cintura, e… - mas, perdão,
    Guardei todo o decoro
    Da nossa situação.
    Se alguma coisa foi, não foi namoro, -
    Foi, quando muito, má educação.

    Mas ainda mesmo (eu sei!)
    Que eu possa ter ainda aquilo que sonhei,
    Ainda que tu me dês num beijo o paraíso,
    Que eu durma no teu seio e beba o teu sorriso,
    Que o teu amor me vista de púrpura de rei.
    Juro, se for preciso,
    Que não te namorei.

    Júlio Dantas

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  5. Cara A.R.,
    Acho que nunca fiz nenhuma receita desse livro, mas ando com vontade de fazer a sopa de peixe e os bifes à Papageno. Veremos quem vai ser a cobaia...

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  6. Papageno....
    Flauta Mágica?
    Quem será a cobaia?

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  7. Obrigada pelo poema!
    Não conheço bem o Dantas mas sempre achei que Almada tinha razão:
    "Morra o Dantas! Morra pim!".
    Devo dizer-lhe no entanto, que me surpreendeu o acutilante poema.
    A.R.

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  8. Voltei para lhe dizer que a sopa de peixe vai ser a primeira receita que vou experimentar porque adoro a Flauta Mágica e o Mozart.
    A seguir irei para Wagner experimentar o Pêche Melba e para Lohengrin.
    O Wagner é difícil mas gosto das quatro óperas do ciclo "O Anel do Nibelungo" que não conheço bem. (Espero não chocar ninguém)
    A.R.

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  9. AR, a mim não me choca porque o que gosto de Wagner é da música orquestral das óperas. Espero que não haja aqui nenhum incondicional de Wagner...

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  10. Cara A.R. O Almada não tinha razão. O Dantas é bastante bom e tinha bastante coragem, como se prova pela sua obra sobre os Braganças...
    J.

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  11. O Almada chegou a pedir desculpa ao Dantas.
    Mas o «Manifesto anti-Dantas» é fantástico!
    M.

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