SONETO DO MAR ANTIGO
Foi aqui neste mar, mar eterno de Olinda.
Quero que venhas como outrora, que te escondas
nos coqueiros, atrás das jangadas. Infinda
é a lembrança. A alma vejo a boiar sobre as ondas.
De longe, o adeus das velas alvas e redondas,
mãos de afogados acenando a tua vinda.
Livre das águas e das suas verdes rondas,
diante do mar, que tanto amavas, talvez ainda
ressurjas. Minha voz parte rompendo a bruma
da oceânica amplidão, enche os búzios e, cheia
dela, a brisa do mar não traz resposta alguma.
Na praia, tudo pela tua volta anseia.
Tua imagem lá vem. Chega e, na branca areia,
junto a mim se desfaz neste floco de espuma.
Mauro Mota
(1911 -1984)
Não conheço este poeta.
ResponderEliminarTambém não conheço o poeta mas o poema é lindo!
ResponderEliminarE o mar...sempre o mar!
A.R.
"Na praia, tudo pela tua volta anseia." - Uma beleza estes versos. Uma escolha que me revelou um poeta que não conhecia.
ResponderEliminarObrigado João Mattos e Silva!
Alex