ADOLESCENTE
12.
Dizes que vens, e afinal,
Recebo cartas.
Palavras, -
E uma pérola de cravo
Que fora vermelha e linda.
Desengana-me - sou forte.
Quero entregar-me,
Sentir
Outro corpo que pretenda
Insinuar-se,
- Vibrar! ...
Dar tudo quanto for vida
E não ser como tens sido
- Coisa fosca, diluída...
Dizer ao amor que venha
Mais tarde, amanhã, um dia,
-É matar
razão porque se vive
Dando à morte o doido avanço
Que ela
- Não conquistou, - e é morrer
Na mais triste fantasia.
António Botto
( 1897- 1959)
Um poeta da minha adolescência de que continuo a gostar.
ResponderEliminarPara além de ter sido um dos primeiros poetas que li, foi também um dos primeiros escritores que li - «Histórias do arco-da-velha»...
ResponderEliminarM.
É bonito.
ResponderEliminarA.R.