Uma vez que os checos têm estado em destaque aqui no blogue, pela música e pela viagem do nosso Jad, achei por bem dar a conhecer um checo dos nossos dias, que cruza a política e a história e que vamos ver bastante nos próximos meses.
Falo de Karel Schwarzenberg, o actual Ministro dos Negócios Estrangeiros da República Checa, país que durante o primeiro semestre de 2009 ocupa a presidência da União Europeia. Este senhor, além de ser como já disse o ministro checo dos Estrangeiros, é também duas vezes príncipe: 12º príncipe do ramo principal dos Schwarzenberg, que lhe adveio de um tio afastado, juntamente com a herança, após a morte daquele em 1979; e 7º príncipe do seu próprio ramo, desde a morte do seu pai em 1989.
Nascido em 1937, Karl von Schwarzenberg tem 11 anos quando os seus pais são obrigados a deixar os seus domínios checos, nacionalizados pelo governo comunista. Os Schwarzenberg em 1948 ainda são donos de 60.000 hectares de terras, número que impressiona mas já longe dos
163.000 hectares que detinham antes da Primeira Guerra Mundial, se bem que importa considerar que muitos milhares de hectares correspondiam a florestas.
Exilado na Áustria, país da sua família materna- os famosos Furstenberg- o jovem Karl fez estudos de Direito e de Gestão Florestal. Regressado à então Checoslováquia, é pela mão do seu amigo Vaclav Havel que entra na política. E o seu primeiro cargo é o de chefe de gabinete de Havel, quando este foi eleito Presidente da República em 1989.
Em 2004, é eleito para o Senado da República Checa, e dois anos depois integra o governo, com desagrado de muitos checos, incluíndo o actual Presidente checo, Vaclav Klaus, que acha que o agora Karel Schwarzenberg não é "suficientemente checo"...
Confesso que num país como a República Checa, com a história que tem, inclusive no séc.XX, dizer que alguém não é "suficientemente checo" dá no mínimo vontade de rir.
Adoro o Havel.
ResponderEliminarEu também. Ainda ontem estive a dar uma vista de olhos pelas cartas que ele escreveu da prisão a Olga, sua mulher. Andava à procura de «uma frase» para colocar aqui no blogue, mas não encontrei. Tenho de dar mais uma voltinha no livro. Se não leram, aconselho. Chama-se «Cartas a Olga».
ResponderEliminarM.
Refiro-me a Vaclav Havel.
ResponderEliminarM.
E PODE ESCLARECER SE DEVOLVERAM AS TERRINHAS AO SR.PRINCIPE? FLORESTAS OU NÃO AINDA SÃO UNS HECTARES VALENTES
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