sábado, 14 de fevereiro de 2009

Artistas e gatos 5

Malraux na Assembleia Nacional Francesa e os gatos
"Bastet, Malraux e o Faraó
Lustrée e Fourrure, um belo casal de gatos, partilharam com André Malraux, nos últimos anos de sua vida, no castelo que elegeu como residência, a vivência do poder e os sonhos de grandeza, embora soubessem que mais não eram que doces substitutos de Bastet, o deus-gato dos antigos egípcios.
André Malraux aprendeu a amar os gatos nas viagens que fez ao Extremo Oriente, (…).
Os dois gatos, sobretudo depois da morte trágica dos dois filhos, tornaram-se uma presença constante no seu quotidiano, deitando-se com frequência sobre as pilhas de manuscritos (…). No seu fantástico Museu Imaginário, Malraux sabia que os gatos e as suas representações artísticas eram símbolos da própria eternidade. E tão obsessiva era a presença dos gatos qe o escritor e ministro da Cultura de De Gaulle, como ele um apaixonado por aquela espécie de felinos, estava constantemente a desenhá-los, sobretudo durante enfadonhas reuniões de Estado. Chegou mesmo ao ponto de associar o desenho de um gato à sua assinatura".

José Jorge Letria, Amados gatos, Lisboa: Oficina do Livro, 2006, p. 73-74.

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