domingo, 1 de fevereiro de 2009

Boris Pasternak, enquanto poeta

Para Miss Tolstoi
Vento

Eu acabei e tu estás viva.
E o vento, queixando-se e chorando,
abana a casa e as árvores à volta.
Não cada pinheiro isoladamente,
mas todas as árvores juntas
de todos os infinitos distantes,
como navios ao sabor das correntes
nas baías brilhantes ancorados.
E isso não por audácia
ou por frenesia insensata,
mas para na melancolia encontrar as palavras
para a tua canção de embalar.

Boris Pasternak, Poetas Russos, Lisboa: Relógio de Água, 1995, p. 131

4 comentários:

  1. Obrigada, R. Gosto muito de Pasternak e não conheço esta antologia de «Poetas Russos» que refere.

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  2. A foto é gira. Parecem buganvílias amarelas. E as outras flores?
    M.

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  3. Cara M,
    É tudo buganvílias só que umas têm as flores mais recortadas. Escolhi estas por causa das cores.

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  4. Obrigada. São todas lindas.
    M.

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