segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009
A Cigarra e a Formiga
pt.wikipedia.org/wiki/A_Cigarra_e_a_Formiga
Tendo a cigarra em cantigas
Passado todo o Verão
Achou-se em penúria extrema
Na tormentosa estação.
Não lhe restando migalha
Que trincasse, a tagarela
Foi valer-se da formiga,
Que morava perto dela.
Rogou-lhe que lhe emprestasse,
Pois tinha riqueza e brilho,
Algum grão com que manter-se
'té voltar o aceso estio.
- «Amiga», diz a cigarra,
- «Prometo, à fé d'animal,
Pagar-vos antes d'Agosto
Os juros e o principal.»
A formiga nunca empresta,
Nunca dá, por isso junta.
- «No Verão em que lidavas?»
À pedinte ela pergunta.
Responde a outra: - «Eu cantava
Noite e dia, a toda a hora.»
- «Oh! bravo!», torna a formiga.
- «Cantavas? Pois dança agora!»
Fábula de Esopo; trad. de Bocage.
Acontece que Maeterlinck não partilha na totalidade esta posição sobre as formigas. É trabalhadora, muito trabalhadora, mas quanto ao resto... Um dia destes vão ver.
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