II Aguardente
“ A embriaguez derrama um véu sobre a vida real, torna mais ténue o conhecimento das penas e amarguras, permite destronar o peso do pensamento. É, então, compreensível como grandes génios puderam servir-se dela, e por que o povo se abandona nela. (…)
A embriaguez é um envenenamento passageiro
Assim, pela repetição contínua destes envenenamentos, o alcoólatra acaba por alterar a natureza do seu sangue; modifica-lhe o movimento ao potenciar os seus princípios ou ao adulterá-los e, deste modo, é o causador para si mesmo de um tão grave problema, pois, a maior parte dos bêbados perde as faculdades geradoras, ou as vicia de tal maneira, que dão à luz hidrocéfalos".
Honoré de Balzac, Sobre o café, o tabaco e o álcool, Notas do século XIX sobre os pequenos prazeres de ontem e de hoje, Lisboa: Padrões Culturais, 2008, p.24-25.
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