James Ensor nasceu em Ostende (Bélgica) em 1860 e faleceu na mesma cidade em 1949. Estudou na Academia de Belas Artes de Bruxelas. As máscaras eram uma característica constante no imaginário trágico-cómico de Ensor: o estúdio estava repleto delas. Os seus quadros com máscaras fornecem uma premonição do final da era moderna.
No Auto-retrato com Máscaras, Ensor aparece numa postura barroca. Esta tela foi pintada no auge do seu período criativo: o pintor está rodeado de máscaras, ainda que a sua própria face esteja destapada para que todos a vejam. As máscaras representam as obsessões do artista, isto é , ele poderá estar a ser esmagado pela multidão, com os abismos humanos por detrás da beleza.
Afinal não era a máscara o meio usado pelo teatro grego para caracterizar um actor e substituí-lo por uma “persona”?
Como afirma Jorge Luís Borges:
“A realidade é a nossa própria imagem do mundo; aparece em todos os espelhos, um fantasma que existe apenas para nós próprios, que aparece, gesticula e desaparece connosco”.
Notas retiradas de: Walter Schurian, Arte Fantástica, Lisboa: Taschen – Público, 2005, p. 30.
Retrato interessante deste pintor que, por vezes, é de "digestão" difícil.
ResponderEliminarBy the way: Já começou a ler The Reader?
Sim, já comecei. Obrigada pelo seu post que me fez procurá-lo.
ResponderEliminarEste quadro é engraçado. Não me lembro de o ter visto antes.
ResponderEliminarM.