domingo, 15 de fevereiro de 2009

Rainha de Sabá 3. André Malraux.

FANTASMAS DE AREIA
(…) outros arqueólogos, infelizmente sem velas e sem jumento, visitaram Mareb. Todos confirmaram a sua destruição. Não obstante foi a capital dos reinos sabeus. Terá havido duas Sabás, sucessivamente? O facto não seria ímpar, na Arábia. Em Mareb, não há vestígios da rainha. Se a cidade que procuramos não existe, tudo isso – e a rainha- não passa de lenda. Mas, e se existe?
(p. 43)

SABÁ LENDÁRIA
O espírito abalado tem de escolher numa avalancha de sonhos. Se nos guiamos pela Bíblia e pela lenda, se esta cidade foi a Rainha, é contemporânea de Salomão. Este monumento enorme, esta espécie de torre de Notre Dame, soba qual desaba até um esqueleto petrificado de rio toda a perspectiva de plataforma, terá sido o palácio acerca do qual o Enviado diz no Corão «Vi uma mulher governar homens num trono magnífico, ela e o seu povo adoram o Sol» aquela a quem Salomão enviou um dos seus sinetes que só pode ser decifrado pelos mortos.
(p.53)

André Malraux, A Rainha de Sabá, Uma «aventura geográfica», Lisboa: Livros do Brasil, 2006.

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