terça-feira, 17 de março de 2009

17 de Março de 1959

Há precisamente 5o anos, na sequência da invasão chinesa como já foi aqui abordado pela nossa Ana, e depois de três dias de massacres contra os manifestantes que se tinham juntado à volta doo palácio de Norbulingka para protestar contra o eventual rapto do seu soberano, na noite de 17 para 18 de Março, Tenzin Gyatso, 14º Dalai-Lama e então com 24 anos, decide fugir do Tibete o que faz sob disfarce e acompanhado de um punhado de ministros e leais funcionários. Numa viagem épica, atravessam os Himalaias e chegam à Índia no dia 31 de Março. A resistência tibetana ao invasor chinês durou mais do que a fuga do seu soberano: apenas termina no final do ano de 1960, com o esmagamento dos últimos grupos de resistentes. Entre 1959 e 1960 terão sido mortos 87.000 tibetanos.
No seu refúgio indiano de Dharamsala, o Dalai-Lama instala a 2 de Setembro de 1960 um "governo tibetano no exílio" e vai organizando uma crescente diáspora de tibetanos exilados que chega ao longo dos anos aos 100.000, nunca deixando de erguer a sua voz em defesa dos tibetanos oprimidos mas proclamando a não-violência, o que lhe valeu o Prémio Nobel da Paz em 1989.
Em 1991, é promulgada uma constituição que mantém o Dalai-Lama como chefe supremo espiritual e temporal, embora Tenzin Gyatso tenha logo feito uma declaração pela qual abandonará, tal como os outros clérigos, todas as funções administrativas no dia em que regressar ao Tibete.
Actualmente, o Dalai-Lama já não reclama sequer uma independência plena, reivindicando apenas uma autonomia real para o Tibete, com cessação das transferências forçadas de população para outras regiões da China, e respeito pelo património natural e cultural tibetano, bem como a instauração de liberdades democráticas básicas.

2 comentários:

  1. Agradeço este post porque respeito imenso o Dalai-Lama, gosto da sua história e faz-me impressão o que fizeram ao seu povo: um total desrespeito pelos direitos humanos!
    A.R.

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  2. Desconhecia o vosso blogue. Obrigada por lembrarem Sua Santidade e o martirizado povo tibetano.

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