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Nem a frase subtil, nem o duelo sangrento...
É o amor coração... É o amor sentimento...
Uma lágrima... Um beijo... Uns sinos a tocar...
Um parzinho que ajoelha e que se vai casar...
Tão simples tudo! Amor que de rosas se inflora...
Em sendo triste, canta, em sendo alegre, chora!
O amor simplicidade, o amor delicadeza...
Ai, como sabe amar, a gente portuguesa!
Tecer de sol um beijo, e desde tenra idade
Ir n’esse beijo unindo o amor e a amizade,
N’uma ternura casta e n’uma estima sã,
Sem saber distinguir entre a noiva e a irmã...
Fazer vibrar o amor em cordas misteriosas,
Como se em comunhão se entendessem as rosas,
Como se todo o amor fosse um amor somente...
Ai, como é diferente! Ai, como é diferente!
(Cardeal Gonzaga em A ceia dos cardeais, de Júlio Dantas.)
A peça foi estreada no Teatro D. Amélia (actual S. Luís) no dia 24 de Março de 1902.
Retirei este excerto da internet. O Jad, que adora esta peça, pode dar seguimento a este post. Resolvi colocá-lo por hoje ser Dia Mundial do Teatro e por ter falado de Júlio Dantas esta tarde.
Rufo: Também vossa Eminência amou?
ResponderEliminarGonzaga: Também! Também!
Pode-se lá viver sem ter amado alguém!
Sem sentir dentro d'alma – ah, pode-la sentir! –
Uma saudade em flor, a chorar e a rir!
Se amei! Se amei!
Obrigada ao Jad por ter revisto o excerto retirado da net. Agora está conforme a edição em livro e pronto a cópias fidedignas. Para que o erro não se repita.
ResponderEliminarO excerto que escolheu é um dos mais bonitos.
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