Edgar Allan Poe
Pompas de mármore, negra anatomia
Ultrajada plos sepulcrais,
Do triunfo da morte os glaciais
Símbolos reuniu. Não os temia.
Temia a outra sombra, a amorosa,
As banais alegrias de outra gente;
Não o cegou o metal resplandecente
Nem pedra sepulcral, mas sim a rosa.
Do outro lado do espelho e do reflexo
Entregou-se sozinho ao seu complexo
Destino de inventor de pesadelos.
Talvez do outro lado dessa morte
Ainda construa, solitário e forte,
Prodígios mais atrozes e mais belos.
Jorge Luís Borges, “O Outro, o Mesmo” in Obras Completas II, 1952-1972, Lisboa: Editorial Teorema, p. 290
Pompas de mármore, negra anatomia
Ultrajada plos sepulcrais,
Do triunfo da morte os glaciais
Símbolos reuniu. Não os temia.
Temia a outra sombra, a amorosa,
As banais alegrias de outra gente;
Não o cegou o metal resplandecente
Nem pedra sepulcral, mas sim a rosa.
Do outro lado do espelho e do reflexo
Entregou-se sozinho ao seu complexo
Destino de inventor de pesadelos.
Talvez do outro lado dessa morte
Ainda construa, solitário e forte,
Prodígios mais atrozes e mais belos.
Jorge Luís Borges, “O Outro, o Mesmo” in Obras Completas II, 1952-1972, Lisboa: Editorial Teorema, p. 290
Ana,
ResponderEliminarGostei deste poema. Mas não haverá uma gralha em "trozes"?
Obrigada, Miss Tolstoi.
ResponderEliminarUm bom dia para si e para todos!