domingo, 8 de março de 2009

"A proposta", Barahona Possolo.

Jad colocou uma delícia de um post. A garra e vivacidade de um professor que vive a poesia e a paixão.
O Luís Barata anunciou a exposição de Barahona Possollo. Gostei da luz e cor e fui até ao Museu da Ciência.
Das várias telas observadas na exposição escolho esta para partilhar com todos:“A Proposta”.
Confesso, no entanto, que foi difícil escolher pois, gostei da tela que o Luís colocou: “São Pedro e Santa Ágata”, e de outras como: “Maria de Magdala” e “De Profundis”.
Barahona Possolo, A Proposta

Óleo sobre tela, 95x80 cm, 2008
Nesta tela Possolo oferece-nos o Adão e Eva contemporâneos. Ela ainda não lhe ofereceu a maçã mas na expressão transparece o desejo. Será que o convence?
O hiper-realismo dos corpos, da luz e sombra e da coluna clássica emanam beleza.

22 comentários:

  1. Ai! Eu vou para casa da minha mãe....

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  2. Luís Barata,
    Espero que não me matem!...

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  3. Uma Eva destas não convence ninguém! Alguma mulher se vê retratada nela?

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  4. Foi dos quadros recentes do Barahona Possolo de que mais gostei. E no dia da inauguração ainda ficou por vender, enquanto que os outros venderam-se rapidamente como viu quem lá esteve. Será que ainda está por vender?

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  5. Porque é que terá sido? Acho a expressão e a teatralidade dos dois corpos lindíssimos.
    A.R.

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  6. "Porque que é que terá sido?" A.R., acha que alguém vai pendurar este quadro na sala?
    Tinha pensado em não falar disto, mas este quadro, como mulher, choca-me.
    Desculpem-me os dois, A.R. e Luís Barata, mas à tarde quando abri o blogue e o vi quase me cairam os queixos. E não tem a ver com moralismos.
    Não acho que a expressão da mulher seja de desejo, talvez de desafio. Acho-os, aos dois, com uma expressão bastante vazia. Como quem está encostado na paragem à espera do autocarro. Só que estão nús...
    E mais não digo que até podia ser inconveniente.

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  7. Concordo com a Miss Tolstoi numa coisa: Não é quadro para pendurar em qualquer sala, ou em qualquer casa... Daí, provavelmente, ter ficado sem comprador pelo menos no dia da inauguração.
    Quanto à "expressão vazia" parece-me ser de atribuír apenas a ele, não a ela.
    E,felizmente, ninguém está assim à espera do autocarro!

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  8. Concordo com Miss Tolstoi,
    na sala não o penduraria mas fica bem num quarto. Não me importava de o ter no quarto.
    A.R.

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  9. Luís Barata,
    Tem razão: a expressão vazia é dele; a dela é de desafio. Acho ambas desagradáveis.
    Em casa, como já deu para perceber, não queria tal quadro.
    Acho uma bonita pintura o quadro publicado pelo Jad: sensual, divertido. Não me importava de o ter.

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  10. à espera de mais comentários, adiantaria algo se acrescentasse que não se trata de Adão e Eva mas antes de Afrodite e Páris? Ninguém reparou na maçã de ouro...

    C. Possollo

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  11. Será mesmo o Barahona Possolo?
    Se é, tenho muito gosto em conhecê-lo. Se não é, este C. tem sentido de humor.
    Bom, realmente o seu gosto vai para a antiguidade clássica e a maçã dourada a isso indica. Mas achei que Adão e Eva era mais forte no contexto da nossa cultura resultado da cultura greco-latina mas com séculos de cristianização.
    O impacto é a meu ver maior. Os deuses gregos não tinham a noção de pecado/transgressão que eu quis colocar neste óleo.
    Aqui está a explicação.

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  12. Pois é, não há só maçãs na Bíblia, mas também nos mitos gregos...

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  13. Faço uma confissão: Afrodite, para mim, tem um lado aéreo além do sensual, mutável, até "tricky". Ela acabou de prometer a Páris o amor de Helena; já tem a maçã na mão mas Páris ainda está hesitante quanto à promessa. Será que aquela deusa consegue mesmo o que promete? O ar hirto dele deve-se ao facto de não ser aquela mulher que está pendurada nele o objecto do desejo mas sim a outra prometida. O ar desafiante e predador de Afrodite justificar-s-ia neste âmbito. Talvez ela soubesse bem o cataclismo que esta escolha desencadearia. Faz sentido?

    Carlos Possollo

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  14. Caro Carlos Possolo,
    Faz sentido. Contudo, a beleza da arte é o que cada um vê, pelo menos na minha opinião. Ou será que o artista fica ofendido?

    Gostei da sua tela. Não me importava nada de a ter. E, neste caso, possuir a arte por gosto e não para investimento.

    O "De profundis" é que gostaria de ver explicado por si para comparar se a sua ideia bate com a minha.

    Muito gosto e parabéns pela sua exposição.

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  15. Carlos
    Será que podemos descobrir o nome do modelo brasileiro de "Y" no post colocado por jad?

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  16. é Muito difícil que me sinta ofendido; gosto muito do debate! Acho muito enriquecedor. Muito obrigado pelas felicitações!!
    O De Profundis surgiu quando me recordei dos meus ataques de pânico. Não sabia o que eram mas acabei por descobrir. Só a experiência ensina certas coisas... embora o quadro seja aflitivo, não me parece sem esperança. Estando o boneco quase a bater no fundo, não há outra hipótese senão ascender, até porque alguém o descobriu, como acontece a um náufrago.

    C.P.

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  17. O nome do modelo de "Y" é Diogo Pilger. Neste momento ele não está em Portugal. Se alguém precisar de o contactar acho que consigo estabelecer a ligação.

    C.P.

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  18. Está a ver, não vejo nada disso que disse.
    Para mim, o "De Profundis" é o cordão umbilical que o desliga do Universo, é verdade que parece estar perdido, e que parece o fundo do mar, mas eu colocá-lo-ia no espaço. Deste modo, não era um náufrago mas alguém à procura do sentido da vida, a explicação do inexplicável: o que há para lá do que se conhece?
    Que sentido faz o seu ser ? Será mais um ponto no meio de inúmeros pontos e qual o significado dele?
    Esta foi a ideia com que fiquei mas acho que não tenho jeito para isto, acerto ao lado.
    E agora? Será que se deve apreender o que o artista quer? Ou ficarmos com a nossa ideia?
    Será que estou a matar a mensagem?
    Se estou peço desculpas.
    Obrigada por me fazer pensar!

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  19. Acho que acerta perfeitamente no assunto; a minha explicação é apenas uma pormenorização disso. Gostei!

    C. P.

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  20. Agradeço ao Carlos a indicação do nome do modelo do Y. Obrigado... também pelos seus quadros. Gostei bastante dos recantos de Veneza.

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  21. Gostei imenso da recolha de versões do quadro da Estrées! The legend goes on! hehehe
    A propósito, alguém conhece potenciais modelos para pinturas decentes ou indecentes?
    Toda a ajuda é preciosa.

    Carlos P.

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  22. Um detalhe, a Proposta foi vendida no dia da inauguração depois do fecho. Foi uma mulher heterosexual, mãe de familia quem comprou.

    C.P.

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