O Luís Barata anunciou a exposição de Barahona Possollo. Gostei da luz e cor e fui até ao Museu da Ciência.
Das várias telas observadas na exposição escolho esta para partilhar com todos:“A Proposta”.
Confesso, no entanto, que foi difícil escolher pois, gostei da tela que o Luís colocou: “São Pedro e Santa Ágata”, e de outras como: “Maria de Magdala” e “De Profundis”.
Barahona Possolo, A Proposta
Óleo sobre tela, 95x80 cm, 2008
Nesta tela Possolo oferece-nos o Adão e Eva contemporâneos. Ela ainda não lhe ofereceu a maçã mas na expressão transparece o desejo. Será que o convence?O hiper-realismo dos corpos, da luz e sombra e da coluna clássica emanam beleza.
Ai! Eu vou para casa da minha mãe....
ResponderEliminarLuís Barata,
ResponderEliminarEspero que não me matem!...
Uma Eva destas não convence ninguém! Alguma mulher se vê retratada nela?
ResponderEliminarFoi dos quadros recentes do Barahona Possolo de que mais gostei. E no dia da inauguração ainda ficou por vender, enquanto que os outros venderam-se rapidamente como viu quem lá esteve. Será que ainda está por vender?
ResponderEliminarPorque é que terá sido? Acho a expressão e a teatralidade dos dois corpos lindíssimos.
ResponderEliminarA.R.
"Porque que é que terá sido?" A.R., acha que alguém vai pendurar este quadro na sala?
ResponderEliminarTinha pensado em não falar disto, mas este quadro, como mulher, choca-me.
Desculpem-me os dois, A.R. e Luís Barata, mas à tarde quando abri o blogue e o vi quase me cairam os queixos. E não tem a ver com moralismos.
Não acho que a expressão da mulher seja de desejo, talvez de desafio. Acho-os, aos dois, com uma expressão bastante vazia. Como quem está encostado na paragem à espera do autocarro. Só que estão nús...
E mais não digo que até podia ser inconveniente.
Concordo com a Miss Tolstoi numa coisa: Não é quadro para pendurar em qualquer sala, ou em qualquer casa... Daí, provavelmente, ter ficado sem comprador pelo menos no dia da inauguração.
ResponderEliminarQuanto à "expressão vazia" parece-me ser de atribuír apenas a ele, não a ela.
E,felizmente, ninguém está assim à espera do autocarro!
Concordo com Miss Tolstoi,
ResponderEliminarna sala não o penduraria mas fica bem num quarto. Não me importava de o ter no quarto.
A.R.
Luís Barata,
ResponderEliminarTem razão: a expressão vazia é dele; a dela é de desafio. Acho ambas desagradáveis.
Em casa, como já deu para perceber, não queria tal quadro.
Acho uma bonita pintura o quadro publicado pelo Jad: sensual, divertido. Não me importava de o ter.
à espera de mais comentários, adiantaria algo se acrescentasse que não se trata de Adão e Eva mas antes de Afrodite e Páris? Ninguém reparou na maçã de ouro...
ResponderEliminarC. Possollo
Será mesmo o Barahona Possolo?
ResponderEliminarSe é, tenho muito gosto em conhecê-lo. Se não é, este C. tem sentido de humor.
Bom, realmente o seu gosto vai para a antiguidade clássica e a maçã dourada a isso indica. Mas achei que Adão e Eva era mais forte no contexto da nossa cultura resultado da cultura greco-latina mas com séculos de cristianização.
O impacto é a meu ver maior. Os deuses gregos não tinham a noção de pecado/transgressão que eu quis colocar neste óleo.
Aqui está a explicação.
Pois é, não há só maçãs na Bíblia, mas também nos mitos gregos...
ResponderEliminarFaço uma confissão: Afrodite, para mim, tem um lado aéreo além do sensual, mutável, até "tricky". Ela acabou de prometer a Páris o amor de Helena; já tem a maçã na mão mas Páris ainda está hesitante quanto à promessa. Será que aquela deusa consegue mesmo o que promete? O ar hirto dele deve-se ao facto de não ser aquela mulher que está pendurada nele o objecto do desejo mas sim a outra prometida. O ar desafiante e predador de Afrodite justificar-s-ia neste âmbito. Talvez ela soubesse bem o cataclismo que esta escolha desencadearia. Faz sentido?
ResponderEliminarCarlos Possollo
Caro Carlos Possolo,
ResponderEliminarFaz sentido. Contudo, a beleza da arte é o que cada um vê, pelo menos na minha opinião. Ou será que o artista fica ofendido?
Gostei da sua tela. Não me importava nada de a ter. E, neste caso, possuir a arte por gosto e não para investimento.
O "De profundis" é que gostaria de ver explicado por si para comparar se a sua ideia bate com a minha.
Muito gosto e parabéns pela sua exposição.
Carlos
ResponderEliminarSerá que podemos descobrir o nome do modelo brasileiro de "Y" no post colocado por jad?
é Muito difícil que me sinta ofendido; gosto muito do debate! Acho muito enriquecedor. Muito obrigado pelas felicitações!!
ResponderEliminarO De Profundis surgiu quando me recordei dos meus ataques de pânico. Não sabia o que eram mas acabei por descobrir. Só a experiência ensina certas coisas... embora o quadro seja aflitivo, não me parece sem esperança. Estando o boneco quase a bater no fundo, não há outra hipótese senão ascender, até porque alguém o descobriu, como acontece a um náufrago.
C.P.
O nome do modelo de "Y" é Diogo Pilger. Neste momento ele não está em Portugal. Se alguém precisar de o contactar acho que consigo estabelecer a ligação.
ResponderEliminarC.P.
Está a ver, não vejo nada disso que disse.
ResponderEliminarPara mim, o "De Profundis" é o cordão umbilical que o desliga do Universo, é verdade que parece estar perdido, e que parece o fundo do mar, mas eu colocá-lo-ia no espaço. Deste modo, não era um náufrago mas alguém à procura do sentido da vida, a explicação do inexplicável: o que há para lá do que se conhece?
Que sentido faz o seu ser ? Será mais um ponto no meio de inúmeros pontos e qual o significado dele?
Esta foi a ideia com que fiquei mas acho que não tenho jeito para isto, acerto ao lado.
E agora? Será que se deve apreender o que o artista quer? Ou ficarmos com a nossa ideia?
Será que estou a matar a mensagem?
Se estou peço desculpas.
Obrigada por me fazer pensar!
Acho que acerta perfeitamente no assunto; a minha explicação é apenas uma pormenorização disso. Gostei!
ResponderEliminarC. P.
Agradeço ao Carlos a indicação do nome do modelo do Y. Obrigado... também pelos seus quadros. Gostei bastante dos recantos de Veneza.
ResponderEliminarGostei imenso da recolha de versões do quadro da Estrées! The legend goes on! hehehe
ResponderEliminarA propósito, alguém conhece potenciais modelos para pinturas decentes ou indecentes?
Toda a ajuda é preciosa.
Carlos P.
Um detalhe, a Proposta foi vendida no dia da inauguração depois do fecho. Foi uma mulher heterosexual, mãe de familia quem comprou.
ResponderEliminarC.P.