O livro ainda não foi lançado, mas já promete grande polémica pela controversa tese que defende. Da autoria de José da Costa Pimenta, ele próprio controverso juiz, e com o título bem assertivo de Salazar, o maçon, o livro sustenta a tese de que Salazar foi maçon. Embora não tenha reunido provas concretas, Costa Pimenta alicerça a sua tese no facto de Salazar usar muitas fórmulas maçónicas nos seus discursos, bem como o facto ( este indubitável) de ter deixado de praticar os sacramentos da comunhão e da confissão ainda relativamente novo, e ainda a longa presidência de um maçon- Óscar Carmona, Presidente da República de 1928 a 1951. Estará nas livrarias nos primeiros dias de Abril.
Acho uma tese disparatada, ainda por cima se se trata de mera especulação a partir da análise dos discursos, sem indícios mais concretos.
ResponderEliminarPor acaso Carmona (que era maçon) foi o Presidente da República que assinou o decreto de ilegalização da Maçonaria. Enfim...
ResponderEliminarM.
Adaptando o que se costuma dizer: com irmãos destes...
ResponderEliminarM.
Não compreendo como é que se pode fazer uma tese tendo por base só uma fonte, sem fazer o cruzamento com outras para confronto!
ResponderEliminarA História não é uma ciência em que 2+2 é igual a 4, daí o nome de ciência social, mas para se ter seriedade é preciso depurar uma diversidade de fontes.
É um jurista, não é verdade? Não sei se a sua pretensão é fazer história de uma personalidade. Não compreendo o objectivo deste estudo e é sempre um campo minado falar destas coisas.
- Será que um verdadeiro maçon permitiria a sua ilegalização?
- Será que o oculto torna a essência mais profunda? Ou será puro elitismo?
- Qual é o interesse em saber se Salazar era maçon? Em que é que isso altera as suas acções?
Colocaria mais questões mas, como referi, é um campo minado e não quero colocar mais minas...
A.R.
Comentários para quê? Desde a tese até uma antítese será tudo um "chorrilho de asneiras".
ResponderEliminarE se tever sido? Qual é o crime?
ResponderEliminarTalvez não seja mau aguardar pelo acesso ao livro e à argumentação que nele se desenvolve. Nessa altura é que parece ser o momento de estabelecer o contraditório e destruir facilmente (ou não) a tese apresentada. Entretanto, o blá-blá habitual, produzido no escuro, talvez nada resolva. Aguardemos, pois. Aliás, há vários tipos de provas: documentos, declarações, testemunhos, perícias...
ResponderEliminarCabe na cabeça de alguém que Salazar tivesse pertencido à Maçonaria? Mais um livro a querer promover-se...
ResponderEliminarOlhem para a frase de Cocteau de hoje!!!
O anónimo/a das 13:15 tem bom senso tem que se aguardar e ler e criticar com sentido. Obrigada. Fez-me reflectir que se deve pensar e não responder apaixonadamente.
ResponderEliminarAdmiro os juristas quando exercem a sua profissão com imparcialidade.
A.R.
Desculpem, mas, sem querer apoiar ou negar uma "tese" que não conheço, à partida tudo me faz lembrar um livro que o Luís me emprestou em tempos e cuja ideia central era defender que Robespierre seria o mais leal dos súbditos de Luís XVI, aliás seu grande admirador desde a infância.
ResponderEliminarTudo afinal não passou de um equívoco... :)
Caro JP, o ponto de partida agnóstico ou mesmo céptico é óptimo, como ponto de partida. E se a argumentação aduzida no livro tiver realmente pernas para andar?
ResponderEliminarAfinal, parece que o livro não trata só de Salazar. Veja-se o site http://www.leiloes.net/SALAZAR-O-MAON-,name,2659342,auction_id,auction_details
ResponderEliminarPernas pode ter, mas deve ser coxo. Das duas pernas.
ResponderEliminarCaro anónimo das 18h37,
ResponderEliminarSou naturalmente céptico, erro ou virtude dependerá da ocasião. Mas claro, "não rejeito uma ciência que não conheço"! Esperar para ver.
Cumprimentos,
Até pode ser coxo das três pernas, a saber, da (1) premissa maior, da (2) premissa menor e da (3) conclusão. Na verdade, todos os livros que existem são coxos de pelo menos uma destas pernas. A propósito, um livro que defendesse tese contrária -- que Salazar não foi maçon -- também seria coxo.
ResponderEliminarEu prefiro comprar o livro e comentá-lo posteriormente, sem vir aqui largar comentários desconhecendo o conteúdo do mesmo.
ResponderEliminarVamos esperar para ver. No entanto, ao contrário de alguns comentários aqui proferidos, não me custa nada aceitar que ele tenha pertencido à maçonaria. Porque não?
Saudações
Sinopse
ResponderEliminarA Maçonaria «tem por fim “ligar” os homens entre si, e, por este facto, é uma religião (de religare) na acepção mais lata e mais elevada do termo» — Ritual do Grande de Aprendiz, editado pelo Grande Oriente Lusitano. Na verdade, a Maçonaria define-se a si mesma como a «religião natural», alegadamente liberta de dogmas, ou seja, os maçons professam «aquela religião em que todos os homens estão de acordo, deixando cada um para si as suas opiniões particulares» (artigo I das Constituições de Anderson). Aos vinte e cinco anos (1914), Salazar deixou de se confessar e de comungar. Os seus Discursos mostram que Salazar rejeita os dogmas da Santíssima Trindade e da Divindade de Jesus. Quer dizer,
Salazar mudou de religião, escolhendo a «religião natural». Salazar tornou-se não apenas crente, mas sacerdote e pregador da sua nova religião, que é também «um sistema universal de ensino e de governo».
http://www.wook.pt/ficha/salazar-o-macon/a/id/1499189
O José da Costa Pimenta deve ter tomado uma poção e estava noutra galáxia quando escreveu o livro. Coisa mais absurda.
ResponderEliminarass) António de Oliveira Salazar
É um insulto à maçonaria mundial afirmar-se que Salazar era maçon.
ResponderEliminarPara o ser é necessário ser-se convidado; E quem iria convidar tal personagem?
Tenham juízo !!
O maçon Bissaya Barreto, convidou Salazar a ingressar na Maçonaria, em 1914 -- loja A Revolta. Esta loja nunca abateu colunas (isto é, nunca deixou de «trabalhar»), continuando as suas actividades durante o governo de Salazar (e ainda continua).
ResponderEliminarPinochet também era maçon. Pergunto: é um insulto à Maçonaria dizer que Pinochet era maçon? Ou é um insultou à inteligência da Humanidade e à Verdade negar que Pinochet era maçon? Também é um insulto dizer que foram os maçons que ordenram o lançamento das bombas atómicas sobre Hiroshima e Nagasaki?
ResponderEliminarPor acaso não sabia que Pinochet era maçon. Acho estranho que um ditador possa pertencer a uma agremiação (ou lá como se chama) igualitária e fraterna.
ResponderEliminarNão sabia que as lojas maçonicas aceitavam entre os seus, "serial killers" da estirpe do pinochet.
ResponderEliminarEstou admirado.
Já li o livro, que consegui pela porta do cavalo (era um cavalo com portas). A conclusão do livro é esta:
ResponderEliminar«CONCLUSÃO
No final de cada um dos dez capítulos antecedentes, apresentámos dez pares ordenados de premissas: [...]. De cada um destes pares ordenados segue-se a conclusão: «Salazar é maçon».
Claro que ninguém é obrigado a aceitar esta conclusão. Todavia, só há uma maneira racional de não a aceitar que é disputar com êxito pelo menos um dos membros de cada um dos referidos pares ordenados de premissas. Concretamente, depois de rejeitado A1 ou B1, A2 ou B2, A3 ou B3, A4 ou B4, A5 ou B5, A6 ou B6, ao chegar à prova das Paixões, quem quiser afastar a conclusão C7 — Salazar é maçom — terá que rejeitar a premissa A7 ou a premissa B7 ou ambas, conseguindo, por exemplo, uma melhor explicação para os pensamentos, crenças e vocabulário de Salazar acerca das paixões. Terá ainda de prosseguir rejeitando A8 ou B8, A9 ou B9 e A10 ou B10.
Além disso, existem muitas outras provas semelhantes às dez que neste livro foram apresentadas, a saber, por ordem alfabética: a prova A Bem da Nação, a prova da Agremiação, prova da Alma Humana, a prova da Autoridade, prova do Elo da Cadeia, a prova da Câmara, a prova da Caridade, a prova do Comunismo, a prova do Despotismo, a prova dos Deveres, a prova de Estar de Pé e à Ordem, a prova das Estrelas do Céu, a prova da Fábrica, a prova do Facho, a prova da Família, a prova do Fanal, a prova da Felicidade Possível, a prova do Fogo Interior, a prova da Força Armada, a prova da Força e Vigor, a prova da Incenso, a prova dos Marcos Miliários, a prova da Morigeração dos Costumes, a prova do Neófito, a prova do Obreiro, a prova do Oriente Eterno, a prova do Quadrilátero, a prova dos Partidos, a prova da Pátria, a prova da Prevalência do Espírito sobre a Matéria, a prova da Razão, a prova da Regeneração, a prova da Revolução, a prova do Trabalho, a prova Tudo pela Nação, Nada contra a Nação e, a prova do Zelo dos Neófitos. Assim, quem pretender negar a conclusão — Salazar é maçon — terá de rebater igualmente, uma por uma, todas essas provas.
Acresce que existem muitas outras provas públicas de que Salazar era maçon e não escondia essa qualidade. Tal é o caso, por exemplo, dos gestos e sinais maçónicos por ele realizados à vista de toda a gente — há imagens e fotografias disso.
Por outro lado, se Salazar era maçon, então os seus escritos dizem muitos mais do que aparentam dizer. Na verdade, os maçons escrevem da seguinte maneira:
[C]om um «positivo» de leitura directa e acessível aos profanos e um «negativo», apenas decifrável por um restrito universo de iniciados.
Por conseguinte, os escritos de Salazar serão uma mina de informações, embora só ao alcance de um número restrito de pessoas. Realmente, usando o idioma maçónico, Salazar diz, por exemplo, de Portugal, da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra e do Cardeal Cerejeira coisas verdadeiramente surpreendentes.»
Relativamente ao Estado Novo, indique-se pelo menos um Presidente da República, um Presidente da Assembleia Nacional, um Presidente da União Nacional, Um comandante de qualquer dos Ramos das Forças Armadas, um governador de qualquer das pronvíncias ultramarinas, um Procurador-Geral da República, um presidente do Supremo Tribunal de Justiça, um Presidente do Supremo Tribunal Administrativos, um Presidentes do Tribunal da Relação, um Bastonário da Ordem dos Advogados, um Bastonário da Ordem dos Médicos, um governador civil, um director-geral de qualquer ministério, um director de qualquer força polícial (incluindo a PIDE/DGS), um director da RTP, um director da Emissora Nacional, um director de qualquer teatro, um apresentador do programa Zip-Zip que não fosse maçon.
ResponderEliminarAfonso Costa [1871-1937] é o autor original da tese de que Salazar era comunista, tese essa que defendeu em A VERDADE SOBRE SALAZAR, livro de 144 páginas, publicado em 1934, no Rio de Janeiro, e agora à venda no miau.pt. Trata-se de um conjunto de entrevistas concedidas a José Jobim, em Paris. Lê-se, a p. 7: «Este livro é uma resposta a "Salazar" do Sr. António Ferro.» Eis algumas frases desse livro de Afonso Costa: «[Salazar quer prosseguir] na execução do seu programa horrível de tranformação de Portugal num novo "Estado Ideal Comunista"»; «[há] o Estado, também fundamentalmente comunista, em que o doutor Salazar desejaria transformar Portugal»; «[há] tendências comunistas especiais [...] na obra económica da ditadura portuguesa»; «Assim criou Salazar o Estado forte [...] que já vai tomando umas tintas de comunismo»; «nunca se chegou a extremismo idêntico em nenhum outro país, e nem mesmo na Rússia»; «[Salazar quer um Governo] à luz da experiência comunista da Rússia».
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