E na passada quinta-feira estreou-se este Um Amor de Perdição do Mário Barroso. Fui ver, acompanhado por alguns amigos aqui do blogue, e gostei muito. Uma economia narrativa exemplar, pois que o filme nem chega à hora e meia, e as várias soluções adoptadas são convincentes: as cartas são substituídas pelas sms, os apelos a Teresa transformados em grafitti- " A submissão é uma ignomínia", estando esta quase invisível durante todo o filme.
A condição privilegiada de Simão e Teresa também ela é representada exemplarmente, sem os excessos de criadagem e mesas de pequeno-almoço à novela brasileira que hoje dominam a nossa produção novelesca , apostando-se antes em interiores sóbrios mas que cheiram a "old money". E, como já tinha escrito, Tomás Alves e Catarina Wallenstein estão em estado de graça. Um Amor de Perdição adaptado para a contemporaneidade que não desvirtua nem ofende o original. Aliás, até me deu vontade de reler a pequena obra-prima de Camilo.
Também gostei. Muito!
ResponderEliminarM.
Não foi só ao Luís que lhe deu vontade de reler a versão inspiradora! Não a estou a reler ainda porque humanamente não tenho tempo. Mas escutei esse desabafo a mais alguns amigos.
ResponderEliminarO Luís, no fim do filme, chamou a atenção para outras soluções de adaptação que deveria de salientar num segundo post.
Recordo apenas o meu comentário quando o filme acabou: Surpreendente. Muito, muito melhor do que tinha admitido. Parabéns a Mário Barroso.
Por puro preconceito não fui ver a adaptação que fez de José Rodrigues Miguéis... começo a admitir que foi um erro, ou antes um pecado, não ter visto o Milagre de Salomé.
Deve estar a rebentar. Com o 13 de Maio à porta.
ResponderEliminarM.
Apetece-me revê-lo. Quando apareceu «O milagre segundo Salomé», inundei os meus amigos, que vivem no estrangeiro, com a oferta do DVD.
ResponderEliminarTalvez faça o mesmo com este filme.
M.
Aí está uma boa sugestão para presentear os amigos que estão fora, ou que se interessam pela cultura portuguesa.
ResponderEliminarFiz parte do grupo de amigos que foi neste primeiro dia ver este filma. Espantou-me a sala quase vazia... Lisboa no seu melhor! Espero que mude esse registo porque o filme é excelente: a adaptação à actualidade é feita com uma genialidade extraordinária, os ambientes são muito bonitos e com rigor de pormenor, a fotografia explêndida e o destaque, quanto a mim vai para a grande revelação do filme, Tomás Alves, que estará certamente candidato a prémios com este papel que interpreta de forma notável (da sua «Teresa», a actriz Ana Moreira, temos tido outras excelentes interpretações desde a Inês de Castro na série de Moita Flores/RTP à recente «Corte do Norte»).
ResponderEliminarUm filme para se oferecer, concordo com o Luís. Jorge Pereira de Sampaio
Já vi e adorei. Tudo: a "inspiração", os ambientes, a fotografia, os intérpretes.
ResponderEliminarE porque não reler o "Amor de Perdição", já que é um dos livros da minha vida.
Ao Jorge (em especial):
ResponderEliminarApesar de ter estado na ante-estreia, voltei com amigos no dia 23, à sessão das 22h - contei 25 pessoas!
Como disse o Tomás Alves algures, "os portugueses não têm orgulho no que fazem."
O meu desejo é que as novas gerações invertam esta tendência.