Arquitectos VI - Souto Moura.

Museu da Aldeia da Luz, um projecto, um desafio.

A minha sexta escolha vai para Eduardo Souto Moura (1952 Porto) e a sua equipa que recebeu o prémio SECIL pelo projecto de construção da nova Aldeia da Luz.

A Igreja e o Museu da Aldeia da Luz, o passado e o presente em união.

Por causa da construção da Barragem do Alqueva, no Sul de Portugal, a Aldeia da Luz foi submersa. Teve que se deslocar uma aldeia inteira e o arquitecto encarregado dessa tarefa foi Souto Moura.
O objectivo deste museu era perpetuar as memórias de uma aldeia que, agora submersa, não provocasse na memória dos habitantes um sentido de perda das suas memórias e da sua História.
“A fundação do lugar constituído pela Igreja de Nossa Senhora da Luz, o cemitério transladado e o museu dedicado aos territórios da Luz, procura absorver, numa nova situação topográfica e geográfica, as analogias ao lugar da antiga Igreja Nossa Senhora da Luz – A Igreja e o cemitério como fortes elementos identitários, pré-existências únicas e o museu como elemento estruturante do novo lugar, dotado de carga representativa da substituição”.

Museu de Aldeia da Luz, O jogo da luz.

Souto Moura construiu o museu em xisto, material da região. O núcleo central do museu parte de um átrio para uma sala polivalente, sala de exposições temporárias, sala da memória e da sala da Luz como figura principal do museu, constitui em conjunto com as chaminés de luz a única marca visível da presença do edifício na paisagem.

Este projecto foi um desafio para o arquitecto pois, teve que formular um programa, elaborar propostas concretas discutindo-as com os directos interessados e teve que reformular e ajustar os seus objectivos programáticos para respeitar as opiniões dos proprietários das 210 parcelas urbanas. Para levar a bom termo este projecto o arquitecto trabalhou com uma equipa formada por João Figueira, Pedro Bandeira, Luís Fareleira, José Miguel Rodrigues e Ana Luísa Rodrigues.
Catálogo da Exposição Prémio SECIL de Arquitectura 2004, Lisboa: Ordem dos Arquitectos e SECIL, 2005, s/nº de p.