quinta-feira, 9 de abril de 2009

Giacomo da Lentini, o inventor do soneto.

Hoje coloquei um poema simples, de um poeta angolano, do qual gostei por achar que as borboletas são uns insectos belíssimos e diáfanos, "borboleta é um ser de misteriosos nadas".
Agora deixo aqui um poeta medieval e erudito que o Eduardo me deu a conhecer. Adorei quando o li porque sou apaixonada pelo povo italiano e pelo sotaque da sua língua cantante.


Giacomo da Lentini (c. 1210 - c. 1260) foi um poeta siciliano que é reconhecido como o inventor desta mais decantada forma de poesia: o soneto. Reconhecido por Petrarca e até por Dante Alighieri, que se lhe refere na Divina Commedia, Canto XXIV Purgatorio, 56.
As suas obras sobreviventes abrem o Codice Vaticano Latino 3793 da Biblioteca Apostolica Vaticana. Adaptando à maneira siciliana temas e formas do cantar trovadoresco provençal, pensa-se que escreveu em siciliano embora todas as suas obras que restam estejam em toscano - surpreendentemente semelhante ao italiano contemporâneo, e surpreendentemente compreensíveis por um falante culto de português de hoje.


Io m’aggio posto in core a Dio servire

Io m'aggio posto in core a Dio servire,
Com'io potesse gire in paradiso,
Al santo loco ch'aggio audito dire
U'si mantien sollazzo, gioco e riso.

Sanza mia donna non li voria gire,
Quella c'ha blonda testa e claro viso,
Chè sanza lei non poteria gaudire,
Estando da la mia donna diviso.

Ma non lo dico a tale intendimento,
Perch'io peccato ci volesse fare,
Se non veder lo suo bel portamento,

E lo bel viso e 'l morbido a sguardare:
Chè lo mi teria in gran consolamento,
Veggendo la mia donna in ghioria stare.

Podem ouvi-lo neste site:
http://it.encarta.msn.com/media_221638245_981530692_-1_1/Jacopo_da_Lentini_Io_m%E2%80%99aggio_posto_in_core_a_Dio_servire.html

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