quando nasci. esperava que a vida.
me trouxesse. a terra. quando nasci.
esperava que a vida. me trouxesse.
as árvores. e os pássaros. e as crianças.
quando nasci. tinha o mundo. todo.
depois dos olhos. depois dos dedos.
e não percebi. não percebi. nada.
nunca imaginei. quando nasci. que a vida.
quando nasci. já era escuridão. a escuridão.
em que estava. quando nasci.
José Luís Peixoto, A Criança em Ruínas, Vila Nova de Famalicão: Quasi, 2007, p.37
Para além do tom trágico, para que servem os pontos entre as frases? Não entendo que se tenha de ser tão original a escrever português!Mas é bonito, o poema.
ResponderEliminarQuestionei-me sobre o mesmo.
ResponderEliminarNão era necessário recorrer ao ponto final por tudo e por nada. José Luís Peixoto tem outro poema que irei colocar onde não usa nehuma pontuação, ele é de extremos. Porém, tem poemas que transmitem bonitas sensações e estados de alma.
Os pontos são sinais de pausa, pausa maior, para dar ritmo ao poema.
ResponderEliminarPara isso existem os sinais . , : ; Não é preciso inventar nada. É a mania da originalidade.
ResponderEliminarJMS