Sermão de Dia de Ramos (1656)
IV
Alii autem caedebant ramos de arboribus, et sternebant in via
E outros cortavam ramos de árvores, e juncavam com eles a passagem (Mt. 21,8).
E a alma, que há de fazer? O corpo, imitar; a alma, meditar: o corpo com os ramos da palma, a alma com os da oliveira. A alma nestes santos dias há de fazer do coração um Monte Calvário, levantar nele um Cristo crucificado, e pôr-se desta maneira a contemplar suas dores. Oh! quem pudera explicar-se agora com o pensamento, e falar com o silêncio! Quando os amigos de Job o foram visitar nos seus trabalhos, diz a Escritura Sagrada que estiveram uma semana inteira olhando só para ele, sem falarem palavra. Assim o hão de fazer nossas almas esta semana, se são amigas de Jesus: olhar, calar e pasmar. Oh! que vista! Oh! que silêncio! Oh! que admiração! Oh! que pasmo! Só três coisas dou licença a nossas almas que se possam perguntar a si mesmas no meio desta suspensão. Quem padece? Que padece? Por quem padece? E que meditação esta para uma eternidade!
http://www.cce.ufsc.br/~nupill/literatura/BT2803043.htm
Que dizer? Uma maravilha. Imagine-se o que seria ouvi-lo de viva voz.
ResponderEliminarParece que era como ir ao teatro.
ResponderEliminarM.
Tem razão M, sempre achei que ele era teatral, bem à maneira da pedagogia Jesuítica.
ResponderEliminarExiste um livro lindíssimo dum historiador Espanhol, Federico Palomo:
"Fazer dos Campos Escolas Excelentes, os Jesuítas de Évora e as Missões do Interior em Porttugal (1551-1630)" que revela a excelente pedagogia desta Congregação.