Peço a Camões o começo de um dos seus mais belos Sonetos para o título deste post. Vem ele a propósito de uma das notícias que tive oportunidade de ler, neste domingo, num dos jornais distribuídos durante uma viagem:
"Kama Sutra para católicos é êxito"
O ‘Kama Sutra para Católicos’, da autoria de um padre franciscano polaco, [Ksawery Knotz,] é já um verdadeiro sucesso editorial na Polónia. O livro, aprovado pela Igreja Católica polaca, defende, por exemplo, a prática do [...].
A publicação, um guia teórico-prático, destina-se a ‘apimentar’ a vida sexual dos casais católicos, que deve ser "atrevida e surpreendente", como afirma o próprio autor, o padre Ksawery Knotz. "Todo o acto – uma carícia, uma posição sexual – com o intuito de excitar é permitido e agrada a Deus", escreve o autor. "Durante o interlúdio sexual, os casais podem mostrar o seu amor e carícias de todas as formas. Podem empregar os estímulos manual e oral", refere ainda aquele sacerdote na publicação.
"Algumas pessoas, quando ouvem falar na sacralidade do sexo no matrimónio, imediatamente imaginam que deve haver privação de alegria, de jogos frívolos, de fantasias e posições atractivas. Pensam que deve ser triste como um hino tradicional eclesiástico", escreve ainda o frade franciscano.
"Kama Sutra para católicos é êxito"
O ‘Kama Sutra para Católicos’, da autoria de um padre franciscano polaco, [Ksawery Knotz,] é já um verdadeiro sucesso editorial na Polónia. O livro, aprovado pela Igreja Católica polaca, defende, por exemplo, a prática do [...].
A publicação, um guia teórico-prático, destina-se a ‘apimentar’ a vida sexual dos casais católicos, que deve ser "atrevida e surpreendente", como afirma o próprio autor, o padre Ksawery Knotz. "Todo o acto – uma carícia, uma posição sexual – com o intuito de excitar é permitido e agrada a Deus", escreve o autor. "Durante o interlúdio sexual, os casais podem mostrar o seu amor e carícias de todas as formas. Podem empregar os estímulos manual e oral", refere ainda aquele sacerdote na publicação.
"Algumas pessoas, quando ouvem falar na sacralidade do sexo no matrimónio, imediatamente imaginam que deve haver privação de alegria, de jogos frívolos, de fantasias e posições atractivas. Pensam que deve ser triste como um hino tradicional eclesiástico", escreve ainda o frade franciscano.
Só não sei onde vai o franciscano buscar tanta experiência para escrever um Kama Sutra... certamente não se poderá inspirar no que ouve no confessionário dado que tem de guardar absoluto segredo e silêncio sobre o que lhe é contado.
Longe vão os tempos em que os quadros das igrejas eram modificados e alguns destruídos por lembrarem aos homens a razão da sua expulsão do paraíso.
Masaccio (1401-1428)
Expulsão do paraíso, fresco, 2080x880 mm
Capela Brancacci, na Igreja de Santa Maria del Carmina, Florença (Itália)
Ainda não vi a nova versão saída do restauro do final do século XX, mas que aqui se pode observar. Com os novos tempos não são necessárias folhas... Prefiro os novos tempos! Atenção.
Caro JAD,
ResponderEliminarnão há violação do sigilo confessional se nenhuma ligação a pessoa concreta for viável. Recordo-me, no pós-25 de Abril, de um livro que, precisamente, recolhia as declarações de sacerdotes sobre as práticas sexuais dos católicos a partir do conhecimento ganho no "terreno".
Abr.
Caro JP
ResponderEliminarObrigado. Desconhecia.
Mas fiquei com uma dúvida. Se houver uma morte (considerada de causa natural) e o sacerdote vier a saber, via confessional, de que foi um crime, pode contar a história? Evidentemente sem poder revelar quem foi o autor...
Com estima
Deve ser uma obra humorística. Até gostava de lhe dar uma espreitadela...
ResponderEliminarBom dia!
ResponderEliminarNão sou "especialista" mas, do que me recordo ter lido e aprendido, a revelação que sugere tb seria proibida, reportando-se a um caso identificável. Por exemplo, seria lícita uma observação genérica, do tipo "muitas mortes acidentais podem não o ser" ou "não o são, de todo". Já dizer que o Sr. Fulano (ou fulano, nos termos do acordo ortográfico) morreu de morte violenta, ao contrário do que toda a gente pensa, violaria o sigilo confessional (com a consequente excomunhão automática, se bem me recordo do CIC).
Repare que no exemplo que diz seria como que um apelo para (re)abrir investigações.
Mudando de assunto: ontem li uma intervenção sua num debate de há décadas. Estava (tb) em causa a onerosidade da composição tipográfica de então, em transcrições de textos. Quem diria então a facilidade que hoje temos a esse propósito?
Abr.
Cara Miss Tolstoi,
ResponderEliminarLamento não poder ajudar. Não me lembro minimamente de qq detalhe do livro (nem da cor da capa...). Recordo-me, isso sim (tinha 9 ou 10 anos...), de alguma polémica ao tempo (e no espaço, falamos da cidade do Padre Amaro), pela ligação até então infrequente do sexo e religião na praça pública.
Bom dia!
Caro JP,
ResponderEliminarO meu comentário referia-se ao "Kama Sutra".
O livro que refere não me parece ser humorístico. Acho uma coisa insólita fazer-se um livro nessas condições. As pessoas não sabiam que as suas confissões iam ser aproveitadas. Hoje não seria considerado violação de privacidade?
De qualquer modo, obrigada. Pode ser que um dia encontre esse livro e lhe dê uma mirada.
Glups, my mistake!
ResponderEliminarComo já disse, a lembrança não é muita. Mas era quase como se de um relatório estatístico se tratasse, do género x% de homens e y% de mulheres diziam isto ou aquilo. Não garanto, mas quase de certeza que não eram descritas circunstâncias especiais de nenhuma situação, que a identificasse.
Caro JP
ResponderEliminarObrigado.