O Retrato de Nun’Álvares (II )
“(…) Quase coevo do que apenas algumas dezenas de anos antes fora pintado no Convento do Carmo, de ordem do duque Dom Afonso, este retrato, realizado ainda dentro de processos análogos e em que é evidente o fito da exactidão até à minúcia, é, além de um documento histórico da mais alta importância, mais uma valiosíssima afirmação de um dos nossos pintores quinhentistas: - o mestre de S. Bento.
Sobre isto não pode haver a menor dúvida. É a sua mesma e inconfundível pincelada, simultaneamente sólida e leve, tão leve que, as mais das vezes, se funde até ao ponto de ser quase absolutamente indeterminável. E, como consequência disso e da sua maneira excepcionalmente superior de preparar e aplicar a tinta, sem óleos nem vernizes a mais e com as velaturas cuidadosamente consolidadas e isoladas, a sua mesma e incomparável pasta, transparente, luminosa e homogénea, em que não há o menor vestígio ou ameaça sequer de estalado, doença esta tão inseparável da pintura que, só por si, constitui para o perito um processo e dos mais seguros de identificação. A assinatura que se vê no painel, e que quer ser a do célebre pintor quinhentista Vasco Fernandes, mais conhecido por Grão Vasco, é do século XVIII e foi feita sobre o verniz alcatroado com que pincelaram o retrato nessa época, desaparecendo desde que se limpe a pintura nesse ponto. A meu pedido, e porque essa rubrica tem já um certo interesse documental, Luciano Freirenão levou porém essa parte o seu cuidadoso tratamento.”
D. António dos Reis Rodrigues, Nun’ Álvares Condestável e Santo, Lisboa: Alêtheia Editores, 2009, p. 102-103.
“(…) Quase coevo do que apenas algumas dezenas de anos antes fora pintado no Convento do Carmo, de ordem do duque Dom Afonso, este retrato, realizado ainda dentro de processos análogos e em que é evidente o fito da exactidão até à minúcia, é, além de um documento histórico da mais alta importância, mais uma valiosíssima afirmação de um dos nossos pintores quinhentistas: - o mestre de S. Bento.
Sobre isto não pode haver a menor dúvida. É a sua mesma e inconfundível pincelada, simultaneamente sólida e leve, tão leve que, as mais das vezes, se funde até ao ponto de ser quase absolutamente indeterminável. E, como consequência disso e da sua maneira excepcionalmente superior de preparar e aplicar a tinta, sem óleos nem vernizes a mais e com as velaturas cuidadosamente consolidadas e isoladas, a sua mesma e incomparável pasta, transparente, luminosa e homogénea, em que não há o menor vestígio ou ameaça sequer de estalado, doença esta tão inseparável da pintura que, só por si, constitui para o perito um processo e dos mais seguros de identificação. A assinatura que se vê no painel, e que quer ser a do célebre pintor quinhentista Vasco Fernandes, mais conhecido por Grão Vasco, é do século XVIII e foi feita sobre o verniz alcatroado com que pincelaram o retrato nessa época, desaparecendo desde que se limpe a pintura nesse ponto. A meu pedido, e porque essa rubrica tem já um certo interesse documental, Luciano Freirenão levou porém essa parte o seu cuidadoso tratamento.”
D. António dos Reis Rodrigues, Nun’ Álvares Condestável e Santo, Lisboa: Alêtheia Editores, 2009, p. 102-103.
Bom dia!
ResponderEliminarE sabe-se onde está agora o dito retrato? Ficou em Oeiras, com a venda do palácio, or else...?
Caro JP
ResponderEliminarBoa noite!
Em breve lhe darei uma resposta, desculpe ainda não o poder fazer.
Caro JP
ResponderEliminarBoa noite!
Em breve lhe darei uma resposta, desculpe ainda não o poder fazer.
Obrigado!
ResponderEliminarCaro JP,
ResponderEliminarPelo que apurei do livro e do que está escrito na carta de Dr. José Figueiredo ao Dr. Alfredo da Cunha de 17 de Agosto de 1916, o retrato encontrava-se no MNAA:
" graças à gentileza e alto e nobilíssimo critério dos seus possuidores, os Excelentíssimos Senhores condes de Oeiras e de Santiago e Francisco e Sebastião de Carvalho Daun e Lorena, ficará, desde amanhã e por um mês, exposto ao público na sala Nuno Gonçalves, do MNAA..."
Neste momento, não sei dizer se terá sido vendido pelos donos,ou se o Estado o comprou. Não sei, objectivamente do paradeiro do quadro. A BN tem um que, pela postura de S. Nuno, não me parece este.
Onde estará? Alguém sabe?
Gostaria de ser prestável mas não consigo... Se obtiver alguma informação poderá trazer para o Prosimetron?
Obrigada.
Ana
Obrigado! Sabe-se lá o que as reservas do MNAA guardarão! Mas tinha piada saber...
ResponderEliminarBom fds!