Gosto do Alain Oulman que musicou um fado de Amália que adoro: ABANDONOPor teu livre pensamentoForam-te longe encerrarTão longe que o meu lamentoNão te consegue alcançarE apenas ouves o ventoE apenas ouves o marLevaram-te a meio da noiteA treva tudo cobriaFoi de noite, numa noiteDe todas a mais sombriaFoi de noite, foi de noiteE nunca mais se fez diaAi! Dessa noite o venenoPeriste em me envenenarOiço apenas o silêncioQue ficou em teu lugarE ao menos ouves o ventoE ao menos ouves o marDavid Mourão-Ferreira(escrito de cor)
Esta semana apetecia-me ser ubíquo! Tantas coisas interessantes a acontecerem na nossa urbe.
Miss Tolstoi,Gosto desse fado de Amália. É lindo!E lembrou-me um outro poema:SOU BARCOSou barco abandonadoNa praia ao pé do marE os pensamentos sãoMeninos a brincar.Ei-lo que salta bravoE a onda verde-escuraDesfaz-se em trigoDe raiva e amargura. Ouço o fragor da vagaSempre a bater no fundo,Escrevo, leio, penso,Passeio neste mundoDe seis passosE o mar a bater ao fundo. Agora é todo azul,Com barras de cinzento,E logo é verde, verde,Seu brando chamamento.Ó mar, venha a onda fortePor cima do arealE os barcos abandonadosVoltarão a Portugal.António Borges CoelhoEste poema também foi musicado por Luís Cília.M.
Não conhecia este poema de Borges Coelho. Aliás, desconhecia por completo que A.B.C. também era poeta.J.
Gosto do Alain Oulman que musicou um fado de Amália que adoro:
ResponderEliminarABANDONO
Por teu livre pensamento
Foram-te longe encerrar
Tão longe que o meu lamento
Não te consegue alcançar
E apenas ouves o vento
E apenas ouves o mar
Levaram-te a meio da noite
A treva tudo cobria
Foi de noite, numa noite
De todas a mais sombria
Foi de noite, foi de noite
E nunca mais se fez dia
Ai! Dessa noite o veneno
Periste em me envenenar
Oiço apenas o silêncio
Que ficou em teu lugar
E ao menos ouves o vento
E ao menos ouves o mar
David Mourão-Ferreira
(escrito de cor)
Esta semana apetecia-me ser ubíquo! Tantas coisas interessantes a acontecerem na nossa urbe.
ResponderEliminarMiss Tolstoi,
ResponderEliminarGosto desse fado de Amália. É lindo!
E lembrou-me um outro poema:
SOU BARCO
Sou barco abandonado
Na praia ao pé do mar
E os pensamentos são
Meninos a brincar.
Ei-lo que salta bravo
E a onda verde-escura
Desfaz-se em trigo
De raiva e amargura.
Ouço o fragor da vaga
Sempre a bater no fundo,
Escrevo, leio, penso,
Passeio neste mundo
De seis passos
E o mar a bater ao fundo.
Agora é todo azul,
Com barras de cinzento,
E logo é verde, verde,
Seu brando chamamento.
Ó mar, venha a onda forte
Por cima do areal
E os barcos abandonados
Voltarão a Portugal.
António Borges Coelho
Este poema também foi musicado por Luís Cília.
M.
Não conhecia este poema de Borges Coelho. Aliás, desconhecia por completo que A.B.C. também era poeta.
ResponderEliminarJ.