Sophia de Mello Breyner Andresen morreu há 5 anos. No dia 2 de Julho. Portugal perdeu a sua maior poetisa e um dos seus poetas maiores de todos os tempos e em especial dos séculos XX/XXI. A saudade dos seus poemas, das suas palavras, mitiga-se lendo-os e relendo-os. Mas estamos sempre à espera de novos poemas, que nunca mais teremos.
José Manuel dos Santos escreveu hoje, no "Actual", do Expresso, um texto de memórias e saudades. Tão belo que não posso eximir-me a transcrever uma pequena parte. Mas vale a pena comprar o pesadíssimo semanário, só para o ler integralmente.
"Ela disse "Eis aquela que parou em frente/ Das altas noites puras e suspensas.// Eis aquela que soube na paisagem/ Adivinhar a unidade prometida:/Coração atento ao rosto das imagens,/ Face erguida,/ Vontade transparente/ Inteira onde os outros se dividem". Ela assim disse de Santa Clara de Assis, mas foi como se de si dissesse o que disse.
Às vezes calo-me e fico à espera da sua voz, essa voz magnética como um íman que atraísse o mundo, porque nela mesmo o esperado é inesperado. Oiço-a, porque as vozes, mesmo as que partiram, respondem ao chamamento da nossa imaginação e fazem-se presentes contra a distância e o esquecimento. Às vezes, oiço-a dizer poemas que nunca escreveu, pois a morte lho impediu..."
Adoro a Sophia de Mello Breyner Andresen.
ResponderEliminar"Às vezes, oiço-a dizer poemas que nunca escreveu, pois a morte lho impediu..."
Esta parte do texto de José Manuel dos Santos é muito bonita.
A.R.
Gosto muito do desenho do Carlos Botelho.
ResponderEliminarUma das grandes vozes poéticas do séc.XX português.
ResponderEliminarO desenho deve ser de Ana Maria Botelho. Ou não?
ResponderEliminarObrigada ao anónimo/a que me alertou para Ana Maria Botelho.
ResponderEliminarAna.