quinta-feira, 2 de julho de 2009

Ler com prazer 1.

Filipe Nicolau falou num livro cujo título me agradou: Longe da Multidão. Os seus posts á volta deste tema foram belíssimos.
Não conhecia este livro. Comecei a ler com grande prazer… leio poucas páginas de cada vez para durar muito tempo. Tenho uma lista enorme de livros e, neste momento, muito trabalho.
Ler Thomas Hardy é estar à janela com os olhos pousados no horizonte a saborear a maresia ou a magnífica paisagem do Monte Isidor…

“Os elementos humanos menores mantinham-se fora da vista; a mesquinhez que tão frequentemente surge em toda a vida e actuação humana era ocultada pelo facto de o amante e a amada não se visitarem; e dificilmente ocorreria a Boldwood que as realidades da vida

caseira lhe podiam dizer respeito e que ela, como todas as outras mulheres, tinha momentos vulgares, em que ser menos vista era ser mais belamente recordada. Assim, uma espécie de apoteose ocorria na fantasia de Boldwood, enquanto ela ainda vivia e respirava dentro do seu próprio horizonte, do horizonte de uma criatura perturbada como ele era.(…) Por essa altura, já se tinha habituado a viver apaixonado, a paixão agora sobressaltava-o menos, apesar de o torturar mais, e sentia-se adaptado à situação”.
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Obrigada Filipe

Thomas Hardy, Longe da Multidão, Lisboa: Publicações Europa-América, 1999 (tradução de Mª Clarissa Tavares), p.113.

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