terça-feira, 14 de julho de 2009

Miguel Torga na cozinha e na cultura 3



"Foi no Doiro, numa cava. Ao meio-dia, a Margarida veio trazer o jantar, e embora a sardinha salgada e o caldo de gravanços tirassem a coragem ao mais pintado, a cara da rapariga desanuviava os horizontes".

Miguel Torga, “O leproso”, in Novos Contos da Montanha, Coimbra: Edições do Autor, 1977, p.65

"Coimbra, 20 de Agosto de 1974 - Visita de um poeta. Jantou, cavaqueou, fumou, bebeu, e lá se foi às tantas da madrugada, um pouco cambaleante mas aconchegado. Não sei o que lhe ia na alma. Pelo que me diz respeito tratei-o como um deus. Um deus de pés de barro, capaz de mil fraquezas, mas que fazia versos."

Miguel Torga, Diário XII, Coimbra: Edições do Autor, 1977, p.80

9 comentários:

  1. Quem seria o poeta que visitou Torga nessa noite?

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  2. Também pensei nele, mas não tinha a certeza se já cá estava.

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  3. Já não me lembrava do mês da visita. Em Agosto, quase de certeza que o Bardo Alegre já cá estava.

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  4. Não sei qual foi o poeta pois ele deixou-o ficar no anonimato!
    É o que a nossa imaginação quiser... porque não Camões?!

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  5. Camões também me visita muitas vezes. Mas só dialogo com ele através da poesia, nunca se sentou à minha mesa.
    Costumo conversar com outro Poeta - este visita-me quotidianamente: senta-se à minha mesa, passeia comigo, etc.

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  6. Respondendo á provocação do comentário anterior que está relacionado com o das 12:22.

    Não, não sou eu. Juro. Julgo que nem sei sequer fazer poemas, embora se diga que todos os portugueses são meios poetas...

    Mas até devo conhecer, não fisicamente, esse poeta. Existem muitas formas de dois espíritos comungarem. Onde descansara o seu coração?

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  7. Não, não se preocupem, não é o Jad. É mesmo um POETA!
    Jad, "Os bons espíritos encontram-se sempre", seja com esses espíritos que nos habitam, seja...
    Não digo onde descansa o seu coração. Queria(m)!...

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