Aqui está mais uma "provocação" da minha parte, desta vez suscitada por um comentário de ontem. Quem teme os avanços do Islamismo na Europa, não se deve preocupar por aí além: já temos exército para "eles". Graças à parte, penso que é legítimo e nem sequer ofensivo, ver movimentos como os estudados neste livro: Opus Dei, Legionários de Cristo e Tradicionalistas como a "guarda avançada" do Catolicismo, tanto na frente interna como na externa. Se João Paulo II favoreceu os dois primeiros, Bento XVI assumidamente tem simpatia pelos seguidores do Arcebispo Lefébvre, e só recuou um pouco na escandalosa "reconciliação" quando até uma parte do clero católico, alto e baixo, achou que estava a ser demais. Mas se há uma coisa que tenho a certeza, é que neste pontificado estes excomungados por João Paulo II irão voltar, ainda que sorrateiramente e sem grande contrição- e isto é que é deplorável.
Bem sei que em termos numéricos, já que são vocacionados e formados pelas elites e para as elites, não são significativos no seio do Catolicismo Universal, mas a verdade é que têm uma influência considerável na Cúria Romana, não podendo ser negligenciados de forma alguma.
E é este mesmo o assunto deste livro das politólogas Caroline Fourest e Fiammetta Venner, onde se faz a história destes movimentos e se analisa a sua concepção dogmática da Igreja Católica, concluindo as autoras que o Vaticano II está definitivamente esquecido e enterrado.
- Les nouveaux soldats du Pape, Caroline Fourest e Fiammetta Venner, Panama, 316p, 20€, 2008.
É, de facto, lamentável a "ressurreição" dos Tradicionalistas durante este pontificado, bem como o favorecimento de outros movimentos durante o papado anterior. Estas análises são indispensáveis, ainda que o número de aderentes a estes "exércitos" seja "imaterial". O universo da Igreja Católica em nada beneficia com estes movimentos. Espero apenas que a conclusão das autoras seja precipitada: os resultados do Vaticano II não podem nem devem ser enterrados. Há felizmente uma vasta maioria de católicos a opor-se a esta ameaça.
ResponderEliminarFilipe V. Nicolau
Concordo com o Filipe.
ResponderEliminarA.R.