quarta-feira, 8 de julho de 2009

Se razões fossem precisas... - 2

484. Jean-Paul Richter, precursor dos românticos alemães, é o maior prodígio de todos os tempos, e não me falem de Goethe nem de Dante sequer.
Não foi do capote de Gogol que saiu tudo, mas da cabeleira de Jean-Paul. O próprio Freud, furtivamente, foi lá buscar a sua terminologia. O romance nasceu com ele no primeiro dia da Primavera de 1763. Lê-lo produz um choque que vai até ao ciúme mais negro por todos aqueles que o possam ler também...

- Agustina Bessa-Luís, in Mil razões para ler um livro/3 , Alma Azul, Abril de 2009.

Escolhi esta citação de Agustina por duas razões:a primeira, como exemplo de um escritor que foi grande na sua época, com enorme influência sobre as gerações seguintes mas que hoje está praticamente esquecido- quem lê Jean-Paul Richter nos nossos dias, mesmo na Alemanha? A segunda razão, tem a ver com o efeito que alguns escritores causam noutros, o "ciúme mais negro" de que fala Agustina, que é coisa bem diferente do sentimento causado no simples leitor, ainda que este possa ser igualmente forte.

5 comentários:

  1. Gosto da Agustina Bessa-Luís, sinto pena que não aprecie os meus escritores preferidos.
    Não li Richter o que talvez seja lamentável mas sou fã de Dante e de Goethe.
    Freud bebeu também de Dostoïewsky e de Tolstoi...
    A.R.

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  2. Nunca li, mas já me pus em campo.
    M.

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  3. Toda a literatura em que a alma humana está atormentada deve ter sido caso de estudo para Freud.

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  4. Caro Luís,
    O que às vezes acontece é que estes escritores-precursores se tornaram ilegíveis para nós... Mas vou procurar para ver se há traduções portuguesas.

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  5. Única tradução portuguesa que encontrei: Jean-Paul - Vida do prazenteiro mestre-escola Maria Wutz em Auenthal. Lisboa: Colibri, 1996
    M.

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