segunda-feira, 13 de julho de 2009

Se razões fossem precisas... - 6


501. ... não sou uma autora perfeita, nem que se preocupe com a perfeição. Evidentemente, há textos que são mais valiosos, mais acabados. Um crítico português disse que eu era uma autora de pequenos textos e tinha razão. Realmente, não sou uma autora de fazer planos, como o Thomas Mann que levou dez anos para escrever a Montanha Mágica. Nesse tempo, eu escrevia dez livros. Cada escritor tem a sua maneira de estar no mundo. Grandes autores como Flaubert ou Gide tinham essa necessidade de aperfeiçoar a sua linguagem. Eu não. É muito português, de resto, não se valorizar demasiado. É um dos nossos defeitos e, ao mesmo tempo, uma qualidade. Porque, na verdade, é tudo transitório.
- Agustina Bessa-Luís, in Mil razões para ler um livro/3 , Alma Azul, Abril de 2009.

3 comentários:

  1. Nem todos são Thomas Mann, Flaubert ou Gide...
    M.

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  2. Talvez por isso, às vezes -muitas vezes! -, se perceba mal o que quer dizer...

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  3. Pois é! JMS, já percebi que não a aprecia muito. Eu também não.
    E a construção frásica nem sempre é muito famosa.
    Eu sei que não é só isto que faz um romancista, mas...

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