Escritor
Telefonava-lhe a meio da noite. Não importava a hora, precisava. Ela acordava sobressaltada. Ele dizia: "Sou eu." Ela dizia: "És tu?" fingindo espanto.
Ele dizia disparates. Ela ficava a ouvir.
Isto durou alguns meses. Até ele acabar o romance que estava a escrever. Depois deixou de telefonar. Ela primeiro ficou triste e depois procurou um namorado que não fosse escritor.
- Pedro Paixão, Do mal o menos ( oito livros reunidos ) , Cotovia , 2000.
Gosto do Pedro Paixão, embora prefira outros. Li uns dois ou três livros dele.
ResponderEliminarA.R.