segunda-feira, 20 de julho de 2009

Sonho de Uma Noite de Verão (III) Shakespeare!

Sir Joseph Noel Paton, Oberon and the Mermaid
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OBERON [...] Meu gentil Robin, vem cá.
Estás lembrado
De quando eu estava num promontório
E ouvi uma sereia montando um golfinho
Soltar tão doces e harmoniosos sons
Que o rude mar amansou ao seu canto
E estrelas caíram, loucas, do alto
A ouvir a música de encanto?
ROBIN Lembro-me.
OBERON Nessa altura eu vi (mas tu não podias),
Voando entre a fria lua e a terra,
cupido armado:visou certo alvo
Uma bela vestal entronada a oeste,
E largou do seu arco a seta de amor,
Como para atingir milhares de corações;
Mas eu pude ver a seta de Cupido
Esfriar nos castos raios da aquosa lua,
E a majestade virgem prosseguiu
Seu puro meditar, de coração livre.(II, 1)
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William Shakespeare, Sonho de uma Noite de Verão (trad. Maria Cândida Zamith) Porto: Campo das Letras, 2002. p. 138-139.

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